O relatório Educação para Todos, divulgado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) revela a baixa qualidade do ensino nas escolas brasileiras. A pesquisa coloca o Brasil na 88° posição do Índice de Desenvolvimento Educacional (IDE), atrás de países mais pobres como Paraguai, Equador e Bolívia.
Esse documento aponta que milhões de crianças no mundo estão fora das escolas. No ritmo que se caminha, serão 56 milhões, até 2015. O analfabetismo atinge 759 milhões de pessoas. A má qualidade das escolas e a alta evasão não garantem que o acesso às salas de aula se transforme em ensino efetivo.
Dos quatro dados que a Unesco usou para formular o IDE, em três o Brasil apresenta resultados acima do mínimo para ser considerado de alto desenvolvimento educacional. Os números de atendimento universal, analfabetismo e igualdade de acesso à escola entre meninos e meninas são bons. Agora, quando se analisa o índice que calcula quantas das crianças que entraram na 1° série do ensino fundamental e conseguiram terminar a 5°, o país recebe 0,756 um baixo IDE.
O presidente do Sintepe, Heleno Araújo é incisivo ao lembrar que a luta por uma educação pública de qualidade não pode deixar de existir. “Essa pesquisa mostra que estamos no caminho certo. A nossa reivindicação constante por escolas melhores, profissionais mais bem pagos e infraestrutura decente, reforça a legitimidade do movimento”, pontuou.
A Unesco fez essa pesquisa em 128 países. Desse número, 62 devem atingir as metas de acesso à educação de qualidade. Outros 36, incluindo o Brasil, estão a caminho, com resultados mistos e problemas na qualidade de ensino. Os outros 30 países estão longe de atingir as metas, alguns estão regredindo, como por exemplo, a Venezuela.