Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Sem acelerar vacinação, cientistas americanos preveem 3ª onda de Covid no Brasil

Publicado por CUT, em 18 de maio

Apesar de registrar queda na média móvel de mortes por Covid-19, cientistas norte-americanos emitiram sinal de alerta ao Brasil para o risco de 3ª onda de infecções pelo novo coronavírus no país. A projeção feita pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostra que a situação da pandemia no país está ainda descontrolada.

A flexibilização das medidas de restrição, como ocorre em São Paulo, Ceará, Santa Catarina e vários outros estados, onde restaurantes, salões de beleza e academias puderam voltar a funcionar desde o fim de semana, é vista como temerária por médicos e pesquisadores. O Brasil ainda aguarda a chegada de insumos vindo da China, que deverão chegara no próximo dia 26 de maio, para retomar a produção do imunizante que está parada no Instituto Butantan, que produz a CoronaVac desde sexta-feira. O país chinês tem atrasado o envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), usado na produção  da vacina, em represália aos insultos que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) vem fazendo.

Segundo o levantamento, o Brasil pode ultrapassar a marca de 750 mil mortes em 27 de agosto. Os dados do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da universidade norte-americana são usados pela Casa Branca e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo avalia como melhor cenário quando cerda de 95% dos brasileiros usarem máscara de proteção, se isso não ocorrer, até agosto pode ter mais de 750 mil vidas perdidas no Brasil. No pior cenário é com a persistência da variante P.1, oriunda de Manaus, que continua se espalhando e as pessoas vacinadas abandonarem o uso de máscara antes que a maioria da população esteja completamente imunizada e a mobilidade dos não-vacinados aumente.

Especialistas afirmam que o Brasil deve evitar uma terceira onda devastadora apenas com a aceleração da vacinação, que é uma das medidas centrais apontadas por eles. Segundo painel da Universidade de Oxford, o Brasil atingiu média diária de aplicação de 1,1 milhão de doses em 13 de abril, mas a quantidade foi caindo ao longo do mês e chegou a 429 mil doses no último dia 12 de maio.

No estado de São Paulo já foi registrado aumento na lotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na última semana, o que já mostra que o país pode já estar vivendo a terceira onda Covid-19. Segundo levantamento do SindHosp (sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas), a ocupação dos leitos saltou de 79% para 85%.

A pesquisa ouviu 90 hospitais do estado entre 11 e 17 de maio. Desses, 39% afirmam ter entre 91% e 100% de seus leitos de UTI ocupados por pacientes infectados pelo coronavírus. No levantamento anterior, de 30 de abril, 79% dos hospitais registravam um índice de 80% de suas UTIs ocupadas.

No Ceará, que ainda ‘mergulhado’ na segunda onda da pandemia, como o Brasil, corre o risco de enfrentar uma terceira. Por lá, a flexibilização do isolamento social rígido, o relaxamento com as medidas de prevenção e o ritmo lento de vacinação contra a doença tendem, segundo especialistas, pode ter um cenário temeroso. 

Mesmo com a tendência de redução da circulação viral em Fortaleza e no Interior, justifica a taxa de positividade para o vírus ainda é alta. Especialistas avaliam que o comportamento das pessoas em ocasiões como o Dia das Mães impacta diretamente nesse resultado.

Santa Catarina também apresenta risco de terceira onda. Ao se aproximar da marca de 1 milhão de casos de Covid-19 registrados desde o início da pandemia, o estado voltou a ter menos de 20 mil casos de coronavírus nesta segunda-feira (17), segundo s dados são do governo do Estado.

A taxa de ocupação de leitos de UTI adulto para Covid-19 é de 93,93%. Já os leitos destinados a todos os pacientes que aguardam uma vaga de UTI na rede pública é de 93,48%.

Média móvel

Nesta segunda-feira (17), o Brasil registrou queda de 19% na média móvel de mortes por Covid-19 nas duas últimas semanas.

Em 18 das 27 unidades de federação, o índice está caindo, mostrou o boletim do consórcio da imprensa nesta segunda-feira (17). Apenas um estado está em viés de elevação na última quinzena, enquanto oito permaneceram em tendência estável (variação menor de 15% para mais ou para menos).

Nas últimas 24 horas, o país registrou 1.039 mortes por Covid-19, totalizando nesta segunda-feira (17) 436.862 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 1.918 –maior que a da véspera. Houve aumento na média pelo 2º dia seguido, depois de um período de 15 dias em queda.

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