Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Audiência pública debate a promoção da paz nas escolas

A direção do Sintepe esteve em audiência pública, na Câmara dos Vereadores do Recife, que discutiu sobre a segurança nas escolas. A atividade ocorreu hoje (27) e foi convocada pela vereadora Liana Cirne, com a presença da senadora Teresa Leitão (PT/PE).

Representando o Sindicato, a presidenta Ivete Caetano ressaltou o acúmulo prático e teórico que o setor educacional já elaborou para enfrentar o problema da violência nas escolas, sendo este gerado por múltiplos fatores e situações.

Ela listou ações que o movimento dos educadores e das educadoras já produziu. “A quer recuperar a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). É aprender, ensinar, pesquisar, divulgar a cultura, o pensamento, a arte, o saber, respeitar a liberdade e apreço à tolerância. Temos também o Estatuto da Igualdade Racial, além do desejo da ampliação das disciplinas de Filosofia, Sociologia e Artes”, disse. 

A escola aberta para a comunidade, com porteiros concursados, treinados, valorização profissional sem assédio. Mas a educação no sentido da pedagogia não vai resolver tudo. Professor sozinho não vai resolver adoecimento de aluno. Tem que haver psicólogos nas escolas, em cumprimento à legislação”, disse também Ivete.

Ela também destacou outras medidas. “Essa faceta da violência contra as escolas tem um tempo, um autor e um projeto político. O governo Bolsonaro, que nossa luta tirou ele do Governo, incentivou essa violência. Por isso temos como recuperar a escola laica, inclusiva, democrática e participativa num contexto em que o ensino médio prioriza o empreendedorismo, a construção de um sujeito liberal que silencia o racismo, misoginia, capacitismo e lgbtfobia”, alertou.

Liana Cirne ressaltou a importância de tratar o tema e lamentou a violência dirigida aos educadores desde a chamada Escola Sem Partido, que tenta implementar a censura em sala de aula e extinguir o Estado laico. “Estamos falando de um espaço que de certa forma foi sacralizado por nós, que é a sala de aula, e que tem sido objeto de ações muito violentas. É a culminância de um processo de violência que a gente vem sentindo há muito tempo, que é o bullying, além de uma cobrança desmedida em relação ao desempenho escolar de crianças e adolescentes. E, também, de uma violência cruel contra as professoras e os professores que, desde a famigerada Escola Sem Partido, têm sido objeto de constrangimento com os próprios pais ensinando os filhos a desrespeitarem os professores”.

A senadora Teresa Leitão disse que as casas legislativas estão atentas ao problema da violência das escolas e citou propostas. “No Senado, nós temos uma proposição tramitando e aprovamos também, na Comissão de Educação, a realização de um ciclo de três audiências públicas para ouvir todos os atores: gestores, professores, diretores de escola das redes pública e particular, além do próprio governo federal que está com uma comissão interministerial tratando essa questão.  Existe, agora, uma violência contra a escola e precisamos tomar uma atitude de seriedade e urgência. Estão sendo propostas ações como a colocação de catracas, reconhecimento facial, detector de metal e policial armado. Os Estados Unidos investiram milhões de dólares em ações semelhantes e nada teve solução”.  

Participaram também sindicalistas, educadores e acadêmicos.

Com informações da Câmara dos Vereadores do Recife

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