Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Sintepe visita a escola Maria do Céu Bandeira

Cansados de esperar uma resposta, os professores da Escola Maria do Céu Bandeira, localizada em Bonança, um distrito de Moreno, enviaram um ofício a Secretaria de Educação e ao Sintepe. O objetivo do documento é cobrar um posicionamento sobre a reforma ampliação e construção da quadra, que começou no dia 3 de agosto de 2009 e está sem data para terminar. Diferente da Secretaria de Educação que sequer, enviou resposta, os diretores do Sintepe, Roza Pedra Rica, Dilson Marques e José Ivo estiveram no local na tarde desta terça-feira (4) e expuseram a opinião da entidade.
Indignada a professora de história, Lenilza Machado não esconde a revolta. “A gente quer que se tome providências. A secretaria de Educação não dá satisfação nenhuma. A obra não anda”. Ao entrar na escola, as pessoas sentem cheiro de tinta e verniz, ao olhar para o lado uma quadra com resíduos de cimento, aberta, inacabada e sem proteção. O professor de educação física, Adriano Santos ao ser questionado sobre o local que o profissional dá aulas, ele não titubeia “Dou aula nesse terreno com grama aqui ao lado. Quinta-feira (29 de abril) os alunos da 5° a 8° série estavam jogando quando passou uma cobra”. Segundo o profissional, todas as atividades estão comprometidas porque a escola não oferece estrutura nenhuma. Lá, existem duas bolas de futsal e uma de volleyball, essa última comprada pelo professor. Na escola existem 1.050 alunos matriculados e distribuídos nos três turnos.
Esses mesmos alunos que não têm lugar apropriado para fazer as aulas de educação física assistem aula no refeitório, auditório e biblioteca. Os ambientes não são ventilados, as cadeiras estão quebradas, o chão está rachado. No local que deveria funcionar um auditório, com muita dificuldade funciona uma sala. Nela, o quadro está solto no chão e caiu no pé da professora Giovana, há uns dias enquanto ela dava aula. No momento em que conversava com professores da Escola Maria do Céu Bandeira, os trabalhadores da obra que custou aos cofres públicos R$ 704.154,39, ficavam olhando e brincando (na foto se constata o fato). A professora Lenilza reforça “A gente não vê resultado. A obra foi entregue a uma empresa (Forte Engenharia e Edificações). Engenheiros vieram aqui e condenaram o que a empresa fez”.
A reforma surgiu da necessidade de aumentar o espaço escolar, em virtude do aumento de matrículas. No acordo estava, construir novas salas, ampliar banheiro e cobrir a quadra. Depois de esperar representantes da Secretaria de Educação na tarde desta terça-feira (4) e constatar que eles não iam chegar a Escola Maria do Céu Bandeira, Lenilza, uma espécie de porta voz dos professores, iniciou a reunião ressaltando que existe um funcionário da limpeza, uma merendeira para os três turnos e um porteiro só pela manhã. “Junto aos problemas da escola as questões salariais”, destacou.
Os representantes do Sintepe esclareceram aos professores. José Ivo pontuou as dificuldades de negociação com o governo. “A educação é mote de campanha, mas o governador não quer nada com o professor”. O sindicalista ainda falou sobre os salários da categoria. “Os professores tiveram redução salarial. A Constituição não permite, mas ele fez uma Lei Complementar, que dá um abono para não haver uma redução. Foram incorporados 40% da gratificação de magistério até maio, a partir de junho, vai ser incorporado 20%”, declarou. O Sintepe está com seis representações no Ministério Público para rever essas questões.
Na ocasião, ficou decidido que os trabalhadores em educação da escola vão sentar e resolver o que vai ser feito a partir de agora. O Sintepe mostrou apoio aos profissionais independente da decisão. Além de esclarecer as dúvidas, os profissionais também receberam cartazes com os 34 parlamentares que votaram contra os trabalhadores em educação causando o achatamento do Plano de Cargos e Carreira da categoria. A escola enviou ofício novamente, cobrando a presença da Secretaria de Educação e a reunião ficou agendada para o próximo dia 24 de maio, às 14h.
Fotos: Anna Maria Salustiano

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