A diretoria do Sintepe, representada pela presidenta, Ivete Caetano, e pela diretora e Analista em Gestão Educacional, Andréa Batista, participou na última terça-feira (03) de uma Audiência Pública promovida pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa (Alepe) por solicitação da deputada Teresa Leitão sobre a atual situação dos Analistas em Gestão Educacional do Estado de Pernambuco. O encontro virtual contou com a participação de alguns representantes do Poder Legislativo, do Governo e da categoria.
A presidenta, Ivete Caetano, trouxe na audiência, a problemática da defasagem salarial dos analistas. “Essa luta é urgente, é uma mancha na política de valorização profissional dos servidores públicos do Poder Executivo de Pernambuco. Os analistas têm graduação e mesmo assim recebem como piso apenas R$ 1.374,39. A situação é tão grave que um profissional com doutorado na formação ganha atualmente R$ 2.135,08. Nós temos um segmento da educação com nível superior que recebe praticamente o equivalente a um profissional do ensino fundamental no Estado, é absurdo. Um analista que se aposenta depois de 30 anos ganharia apenas R$ 2.076,00”, destacou Ivete.
Por conta dessa distorções e outras, o plano de cargos e carreiras precisam ser urgentemente reformulados. Para o Sintepe é urgente a solução para a defasagem salarial dos Analistas em Gestão Educacional e solicitamos o imediato debate na mesa de negociação da Campanha Salarial Educacional 2021, cuja pauta de reivindicações foi entregue em fevereiro para o Governo do Estado.
São quatro reivindicações mais urgentes apresentadas pela deputada Teresa Leitão: a correção da defasagem salarial da categoria que recebe em torno de 1,4 salário mínimo, sendo um caminho emergencial, a equiparação imediata ao piso do magistério atualmente no valor de R$ 2.886,00 e um caminho permanente, a equiparação ao salário dos outros analistas do Estado; a valorização através da reformulação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC); a revisão das atribuições funcionais que perderam um pouco o foco desde a criação no Governo de Eduardo Campos; e a possibilidade de opção pela carga horária de 30h ou 40h semanais com os salários proporcionais.
Segundo dados da Comissão de Educação e Cultura de Pernambuco dos 37.473 Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação, 1188 são Analista em Gestão Educacional. “Fiz o concurso em 2005 e entrei em 2006, desde então eu participo dessas discussões relacionadas aos analistas e ainda sou bibliotecária, participo dessa diversidade de profissionais que fazem parte dos analistas. A luta é de mais de uma década e essa situação é gritante. A gente não consegue entender porque o Estado permite que profissionais de graduação ganhem salários de nível fundamental Como a Secretaria de Educação permite que isso aconteça?”, desabafou a diretora e Analista em Gestão Educacional, Andréa Batista.
O adoecimento psicológico dos Analistas em Gestão Educacional, devido a uma “situação remuneratória indigna” e desvalorização profissional foi um dos pontos importantes abordados na audiência. “Quando se fala de adoecimento, essa situação é real. Nós sentimos na pele o que é ter um salário desses e continuar investindo para dar o melhor de si enquanto o Estado dá esse tipo de tratamento aos analistas. A mudança é fundamental e urgente. A gente cuida da comunidade escolar e também precisamos desse cuidado”, cobrou Andréa Batista.
Estiveram presentes os deputados Willian Brigido, João Paulo, Professor Paulo Dutra e a deputada Teresa Leitão cobrou urgência nas ações do Governo sobre a situação dos Analista em Gestão Educacional já que 2022 é ano eleitoral e impossibilitaria a evolução da pauta. “Eu convoquei esta Audiência Pública à Comissão de Educação e Cultura da Alepe, porque precisamos tratar essa questão de forma emergencial. Precisamos trabalhar alguma alternativa porque ano que vem irá ocorrer eleições e os analistas já esperaram demais. Muita gente inclusive pediu exoneração, provavelmente por essa situação salarial. O quadro atual corresponde a menos da metade do quadro original de trabalhadores/as”, enfatizou Teresa.