Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Serra e Aécio agem contra piso de olho em 2010, diz senadora


Por trás da ação dos cinco governadores que ingressaram com pedido de insconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o piso nacional dos professores de R$ 950,00 não está só o problema de caixa dos estados. Para a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) existe interesse encoberto dos governadores do PSDB José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) de que a lei seja derrubada e não conste como mais uma medida consolidada no governo do presidente Lula. Com o piso em vigor, o candidato governista à sucessão presidencial em 2010 sairia fortalecido.

“Eles começaram a plantar isso na imprensa (ação no STF). Mas, vejam bem, durante mais de quatro meses divulgaram na imprensa que iam entrar, mas só entraram depois das eleições. Por isso eu digo que é político, é fragorosamente político, por parte de quem puxou e de quem está apoiando”, discursou nesta sexta (7) a senadora.


Para ela, isso é uma antecipação clara do processo eleitoral de 2010. “Não tenho dúvida de que é político, que é uma antecipação, uma afronta, uma queda-de-braço, talvez”, diz. Afirmou que os tucanos estão indignados pelo fato de o governo Lula estabelecer e sancionar a lei do piso.

“Na época do tucanato, fizeram um acordo, iam assinar, iam fazer, mas não fizeram. Não fizeram, não deram esse passo tão importante para a educação. Aí, sou obrigada a ler, na coluna do Noblat (Ricardo), uma afirmação do Aécio, que não teve sequer coragem de assinar. Estava lá a frase do Aécio:  ´Em 2010, o povo brasileiro vai decidir se quer mais quatro anos disso.´ Disso o quê? De piso, de mais universidades e mais escolas técnicas, de mais recursos para a Educação? É isso?”, esbravejou.

Na ação, os governadores do Paraná, Roberto Requião (PMDB); do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB); de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB); do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), e do Ceará, Cid Gomes (PSB), afirmam que têm o apoio de Roraima, São Paulo, Tocantins, Minas Gerais e Distrito Federal.

“Basta acessarmos o site do Supremo. Está no site o apoio do governador Aécio Neves, de Minas Gerais; do governador José Serra, de São Paulo, ambos do PSDB”, diz a senadora.

Cristovam chama ação de oportunista
 
Em apoio à senadora petista, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) diz que é suspeito que tenham esperado o término das eleições para dar entrada na ação no dia seguinte. “Isso daí, sim, é um absurdo do ponto de (vista) oportunismo e da tentativa de enganar. Ficaram com medo de perder votos e não falaram na inconstitucionalidade até passar a eleição”, disse Buarque.

Considerou que é uma tentativa de tirar o mérito do presidente Lula de ter sido quem sancionou a lei, de ter sido no período dele que o piso salarial foi criado no Brasil. “É, sim, uma tentativa política de puxar o tapete, como se diz, de tentar impedir essa marca extremamente positiva do presidente Lula e, eu diria, também do ministro Fernando Haddad (Educação).”

Para o senador é um gesto político às custas dos professores, das crianças e do futuro do Brasil. “Esse é o pior tipo de gesto político, aquele que sacrifica o futuro do país, aquele que sacrifica as crianças, querendo impedir o mérito de alguém que fez uma coisa boa no que se refere ao piso salarial para os professores brasileiros.”

Os dois senadores propuseram uma ampla mobilização nacional da sociedade contra a ação dos governadores, sobretudo nos estados deles.

De Brasília,
Iram Alfaia

Fonte: www.vermelho.org.br

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