Um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o índice de analfabetismo entre jovens negros é duas vezes maior que entre brancos. No entanto, os dados, apresentados na última quinta-feira (3), revelam que a distância entre os grupos encurtou nos últimos 10 anos: em 1998, o analfabetismo entre jovens negros era quase três vezes maior que entre os brancos.
No ensino médio, o número de jovens brancos que frequenta a escola é 44,5% maior em comparação ao de negros. Já no ensino superior, a frequência é cerca de três vezes maior entre os brancos. O Ipea destaca, no entanto, que houve significativa melhora no nível de adequação educacional entre os jovens negros nos últimos anos. Enquanto se observou entre os brancos certa estagnação, entre os negros a melhoria na frequência ao ensino médio é bastante significativa: em 10 anos, quase duplicou.
No que diz respeito à renda, a disparidade é alarmante: de 2004 a 2008, a diferença entre as rendas médias dos negros e dos brancos no Brasil aumentou R$ 52,92. O estudo também revela que a renda média dos brancos aumentou 2,15 vezes no período, enquanto a dos negros teve aumento de apenas 1,99 vez.
O levantamento do Ipea foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa considera jovens aqueles entre 15 e 29 anos, uma soma de 49,7 milhões de pessoas, cerca de 26,2% da população brasileira.