Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Pesquisa

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Coluna publicada nos jornais nos dias 29 e 30 de junho
Pesquisa feita com mais de 14 mil professores e cerca de mil diretores de 1070 escolas públicas e privadas de todos os Estados brasileiros, aponta que os docentes utilizam somente 67% do tempo da aula, o resto é “desperdiçado” com atividades burocráticas e no controle da “bagunça”. A pesquisa realizada entre os meses de setembro e novembro de 2012, foi coordenada em âmbito nacional pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
O tempo gasto para por “ordem na bagunça” dos estudantes representa 20% do tempo total de aula. Com serviços administrativos (burocráticos), são gastos 12%. De aula mesmo, ou seja, atividades de ensino e de aprendizagem, sobra para o professor utilizar apenas 67% do tempo total de aula. É a pior situação entre todos os países avaliados. Na média dos outros países pesquisados, quase 80% do tempo é voltado, exclusivamente, para a aprendizagem.
A pesquisa mostra também que os professores brasileiros de escolas de ensino fundamental passam 24% a mais de tempo em sala de aula do que o tempo gasto em outros 30 países, dentre os quais Finlândia, Estados Unidos, Coréia, México e Cingapura. Além de usar mais horas por semana ensinando, parte considerável dos professores brasileiros ainda sofre com o desgaste em deslocamentos. Isso porque, muitos trabalham em mais de um estabelecimento de ensino.
No Brasil, cerca de 40% dos mais de 2 milhões de professores da educação básica trabalham em cinco ou mais turmas. Aproximadamente 20% ensinam em pelo menos dois estabelecimentos. Em São Paulo, 26% dos professores “dão” aulas em duas escolas. Os dados são do Censo Escolar 2013 divulgado no início deste ano pelo MEC.
Aqui em Pernambuco a nossa situação não é muito diferente do que revela a pesquisa, temos enormes desafios no tocante à carga horária e à jornada de trabalho, dentre outros aspectos de relevância para a nossa categoria profissional e que continuarão na ordem do dia para os debates e os embates com o atual Governo e com o Governo que será empossado no início do próximo ano.

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