Da CNTE.
Na útima terça-feira (13), o Uruguai e a América Latina perderam uma de suas figuras mais emblemáticas: José “Pepe” Mujica, ex-presidente uruguaio (2010-2015), morreu aos 89 anos. Militante histórico, ex-guerrilheiro tupamaro e defensor incansável dos direitos dos trabalhadores, Mujica deixa um legado marcado pela simplicidade, pela coerência política e por um profundo compromisso com as causas populares.
No Brasil, a morte de Mujica repercutiu fortemente entre lideranças dos movimentos sociais e sindical.
Para Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Pepe Mujica é um grande exemplo de vida. Ele lembra com gratidão o encontro que teve com o ex-presidente uruguaio. “Simplicidade, promotor da unidade e da solidariedade. Um ser humano que pensa e cuida da vida em todas as suas dimensões. Agradecemos muito pela existência dele. Estará sempre presente nas lutas futuras!”, disse.
A trajetória de Mujica segue inspirando gerações, reforçando a importância da luta por justiça social, democracia e igualdade.
Para Roberto Leão, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Mujica é mais do que uma figura política: é um exemplo de vida, de coerência e de luta pelos direitos sociais e pela educação pública.
“Eu tive a honra de conhecer o Pepe Mujica pessoalmente, de conversar com ele no Uruguai. Ele é uma luz que iluminou o caminho de quem luta por direitos sociais, por democracia, por uma sociedade justa”, afirmou Leão.
Mujica foi guerreiro em todas as frentes: primeiro, nas lutas armadas do movimento Tupamaros, e depois, no campo institucional, onde se tornou um dos presidentes mais queridos da história uruguaia.
Sua simplicidade, honestidade e empatia com o povo são traços que marcaram sua passagem pela política. “É um desses homens que a gente costuma dizer que não devia morrer. Nunca usou o cargo para obter privilégios. Foi um presidente que viveu como qualquer outro cidadão, e isso o tornou inesquecível”, disse Leão.
A trajetória de Mujica também ecoa diretamente nos desafios enfrentados por educadores brasileiros. Seu legado inspira quem luta por uma escola pública de qualidade, por saúde e políticas sociais.
Mujica, que passou 14 anos preso e foi torturado durante a ditadura militar uruguaia, nunca desistiu da luta. Ele ficou conhecido também por seu estilo de vida simples e desapegado.
“Ele é um exemplo para os educadores brasileiros: um homem obstinado, que nunca perdeu a fé nas pessoas, nem na humanidade. A mensagem que ele deixa é clara: nunca devemos desistir dos nossos objetivos, por mais difíceis que pareçam. A educação pública precisa desse espírito de resistência”, afirma Roberto Leão.