Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Palestra reflete erros e acertos a área socioeconômica e lança questionamentos sobre novo projeto de país

Palestra reflete erros e acertos a área socioeconômica e lança questionamentos sobre novo projeto de país

Os trabalhadores e as trabalhadoras em educação assistiram uma valorosa aula sobre economia com a professora Tânia Bacelar. A palestra fez parte da programação do segundo dia da 14ª Conferência Estadual de Educação do Sintepe, realizado no Hotel Canariu’s, em Gravatá.
Em sua palestra, Bacelar explicou o cenário de crescimento econômico vivido no Brasil. Segundo a professora, o mundo vivia um aquecimento no mercado de commodities e o Governo Lula mudou a dinâmica econômica brasileira. Enquanto os antigos governos investiam apenas na oferta, o Governo Lula investiu na demanda e, para isso, aumentou a renda da população, construiu políticas sociais para distribuição de renda e aumentou o salário mínimo. Essas ações possibilitaram mudanças na concentração de renda do Brasil, que antes era diretamente proporcional ao crescimento econômico do Brasil, segundo o índice Gini.
Essa dinâmica fortaleceu os setores industriais, a agricultura e também o campo educacional. Em 2002, por exemplo, o país tinha 43 campi de universidades federais e, em 2010, esse número deu um salto para 230 campi. As creches aumentaram as vagas de 43 mil para 96 mil vagas, o Ensino Médio quintuplicou o número de vagas e obteve melhores índices de retenção e sucesso.
Com a crise de 2008 e a desaceleração, o preço das commodities diminuiu e uma grande crise brasileira foi desenhada, tema do livro Valsa Brasileira, da economista Laura Cardoso, que versa sobre esse cenário de aceleração e desaceleração. “A equipe de Dilma não percebeu em tempo viável a crise conjuntural e utilizou os mesmo instrumentos utilizados anteriormente para sanar a crise”, explicou. Para Bacelar, questões políticas complicaram as soluções para crise econômica entre os trabalhadores e as elites, como o patrocínio da queda dos juros, a forte renúncia fiscal da FIESP, a trava nos preços administrados (energia, combustíveis e transportes) e o ajuste fiscal de 2015 e 2016.
Com o Impeachment, veio a Emenda Constitucional 95 que segura as despesas da população. Para Bacelar, a EC 95 não se sustenta em médio prazo. “O Brasil está envelhecendo e você bloqueia os gastos com saúde? Todos os governantes dizem que educação é a salvação da Pátria e você bloqueia os gastos com educação? Contraditório”, refletiu. Para a professora, uma alternativa seria promover uma reforma tributária, taxar as grandes fortunas e abdicar da renúncia fiscal das empresas.
Para Tânia Bacelar, o desafio imposto para o Brasil é de encontrar não só um caminho para sair dessa crise conjuntural e, sim, criar respostas para as consequências das mudanças estruturais resultado da revolução tecnológica, da mudança no mercado de trabalho, na relação com o meio ambiente e na geopolítica. “Estamos vivendo o século da Ásia. O Brasil estava se juntando com a China por meio dos BRICS, mas agora tudo foi modificado. Precisamos de outro projeto de país, repetir o projeto antigo não funcionará, precisamos de propostas para fazer as mudanças na ‘maquininha”, destacou Tânia Bacelar.
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