O repensar de políticas educacionais no VIII Congresso Internacional de Educação.

O enfoque principal do SAPIENS 2009, permeou pela necessidade em formar futuros cidadãos comprometidos com a ética, com a preservação do planeta e com a paz. Abrindo esta temática, o Profº Leonardo Boff/ RJ fez deste encontro de suma importância para a educação, um momento singular de conscientização, diferenciado das repetitivas conferências que temos participado.
Educação e Sustentabilidade implicam em mudanças de hábitos. O profº Leonardo chamou atenção para a dificuldade em mudar pré-conceitos, exemplificando que era mais fácil modificar o átomo do que a mente humana. A humanidade está num momento crítico de sua história. Na Carta da Terra, ele ressalta: “OU CUIDAMOS UNS DOS OUTROS E A BIODIVERSIDADE OU NOS DESTRUIREMOS”; “NÓS PRECISAMOS DA TERRA, MAS A TERRA NÃO PRECISA DE NÓS”.
Em 2 de fevereiro de 2002, reuniram-se em Paris 3.000 cientistas. Eles revelaram que já passamos da linha limite, que rompemos a barreira. Ou fazemos uma revolução nas nossas mentes e corações, ou conheceremos o caminho dos dinossauros por conta do consumismo, do capitalismo; precisamos atentar que a maior parte da Terra sobrevive em extrema necessidade, passando fome. A escola tem que formar seres cuidantes. A chave de tudo está na cadeia da vida: o gesto amoroso com a realidade do solo, das plantas, dos animais. Perceber que a terra é um todo organismo vivo, portanto o princípio da cooperação e da solidariedade é vital.
Temos pouco tempo e pouca sabedoria. Nossa vocação é ser um anjo bom e não o Satã da terra. Para que a educação seja qualificada, precisamos socializar os conhecimentos e se formos criativos poderemos tornar este caos em crescimento.
A compreensão que neste novo século os nossos alunos vivem num mundo virtual de uma capacidade de comunicação bem mais ampliada do que nós tivemos, vai muito mais além dos conteúdos, para que nós entendamos como poderemos de fato, encontrar caminhos que nos levem a contribuir com a sua formação.
A construção de uma nova escola não se edifica apenas na distribuição de fardamentos, materiais escolares e notebooks para professores. Com a experiência de um mestre que trilhou vinte e três anos ao lado do ícone ao amor à escola, Paulo Freire, Profº Moacir Gadotti premiou toda uma platéia com colocações corajosas e inquestionáveis, sobre os desafios que o Brasil tem que abraçar dentro das perspectivas atuais da educação.
Gadotti avalia a melhoria da educação baseado na melhoria total do profissional em educação. Como pode o governo recusar um terço de aula-atividade, diminuindo assim as oportunidades de formação como intelectual educacional? Ele avalia que a iniciativa de ampliação dos 180 dias letivos para 200 dias letivos não implicou numa melhoria da qualidade do desenvolvimento escolar, por falta de decisões pontuais nas condições de trabalho. O professor apóia o PISO e a GREVE NACIONAL. Reforça que se não houver políticas educacionais que realmente viabilizem as condições de trabalho, formação contínua do professor, não serão discursos superficiais veiculados na mídia, que por sinal detesta a escola pública, que trarão os reais resultados almejados para a sociedade brasileira.