Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Na semana mais letal, Brasil tem 21.172 mortes e passa de 350 mil vidas perdidas

Publicado por CUT em 12/04/2021

Na semana mais letal da pandemia de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o Brasil perdeu 21.172 pessoas por complicações causadas pela doença. De novo, foi mais uma semana de recorde negativo da maior crise sanitária da história. O país ultrapassou neste fim de semana 350 mil vidas perdidas, marca que foi alcançada apenas 17 dias depois contar 300 mil mortes da pandemia.

Também foi o pior domingo desde o início da pandemia em número de mortes. Nas últimas 24 horas, foram registradas 1.824 mortes, totalizando 353.293 óbitos desde o início da pandemia, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa.

São 16 dias com a média móvel acima da marca de 2,5 mil. No sábado (10) e domingo (11), a marca de 3 mil mortes diárias foi novamente ultrapassada. Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 13.482.543 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 38.859 confirmados neste domingo (11).

Esse ritmo de novas mortes que o Brasil enfrenta, com 50 mil em cerca de quinze dias, — só ocorreu nos Estados Unidos, no auge da pandemia, entre dezembro e janeiro. Os EUA têm uma população 55% maior que a brasileira. Em nenhum outro lugar do mundo morreram tantas pessoas por Covid-19 em tão pouco tempo, segundo os dados da plataforma Our World In Data.

Os EUA chegaram a registrar 4.490 óbitos pela doença em 12 de janeiro, mas com o aumento da vacinação da população, os números caíram e, na quinta-feira (8), foram 1.037 mortos por complicações causadas pela Covid-19.

Especialistas afirmam que estudos estatísticos apontam para um pico de mortes na terceira semana de abril. Isso significaria que os recordes de casos confirmados e mortes continuarão a ser quebrados antes da estabilidade e queda que devem ocorrer a partir do mês de maio.

Enquanto isso, a vacinação segue a passos lentos. O Brasil é o 5º país que mais aplicou doses de vacinas. Quando se olha para a porcentagem dos brasileiros vacinados, apenas 10,98% da população está imunizada, com pouco mais de 23 milhões de doses.

Jovens são a maioria na UTI

Nesta fase da doença, pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19, pessoas jovens são a maioria absoluta internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

O número faz parte do levantamento do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a fundação, o número de mortes acompanhou a tendência e cresceu em 468,57% no mesmo período, mostrando a progressão da doença no país. Diferente da primeira onda da doença, os casos e óbitos foram registrados nas faixas etárias de 30 a 59 anos. O maior crescimento de casos da doença foi na faixa dos 30 aos 39 anos, de 1.218,33%, seguido da faixa dos 40 aos 49, de 1.217,95%.

Os dados sugerem não apenas uma mudança do perfil dos doentes que necessitam de UTI, mas um agravamento do quadro geral dos pacientes em relação aos meses anteriores. É um salto expressivo no número de pacientes graves com necessidade de ventilação mecânica e que não apresentam nenhuma comorbidade como obesidade ou diabetes.

Em março, 52,2% das internações nas UTIs do Brasil se deram para pessoas até 40 anos, e o total de pacientes que necessitaram de ventilação mecânica atingiu 58,1%.

No caso do aumento do número de mortes, chama a atenção o crescimento de 872,73% na faixa etária dos 20 aos 29 anos e de 813,95% dos 30 aos 39. O aumento progressivo do número de casos e mortes e o rejuvenescimento da pandemia têm algumas implicações, como aponta o boletim.

Ainda segundo o boletim, as maiores taxas de incidência de Covid-19 foram observadas em Rondônia, Amapá, Tocantins, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.

Já as taxas de mortalidade mais elevadas foram verificadas em Rondônia, Tocantins, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Esse padrão, aponta o boletim, coloca as regiões Sul e Centro-Oeste no epicentro da epidemia no País nas próximas semanas, o que pode ser ainda mais agravado pela saturação do sistema de saúde nesses Estados.

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