Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Mesa temática discutiu relações de gênero, raça e inclusão nas salas de aula

Por Joyce Lacerda, especial para o Sintepe

A Educação e os Direitos Humanos foram centro de debate durante o terceiro dia da 15ª Conferência de Educação do Sintepe. Na manhã desta quinta-feira (18), a professora e ativista do Movimento Negro, Ieda Leal, o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ernani Ribeiro e o mestre em políticas educacionais, Adriano Bueno, discutiram as questões que envolvem o debate de gênero, das relações etnico-raciais, além da inclusão.

Abrindo a mesa, Adriano Bueno trouxe para o centro do debate a Lei 10.639, que tornou obrigatório o ensino de história da África e a luta do povo negro no Brasil nas escolas desde 2003. Após 20 anos de sua aprovação, o pesquisador pontuou as origens da lei no estado, através da atuação do pernambucano Zé Oliveira, militante histórico e fundador Movimento Negro Unificado (MNU) que pautou o debate em Pernambuco na década de 1980. ”A lei saiu da barriga de vocês e isso implica em uma grande responsabilidade em fiscalizar o cumprimento e ser exemplo em todo o país. Os professores e professoras têm um papel fundamental nesse debate antirracista”, afirmou. 

Reforçando a pauta da Educação Inclusiva, o professor Ernani Ribeiro chamou atenção para as barreiras que impediram por muitos anos que as pessoas com deficiência frequentassem a escola, cenário que foi mudando somente com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996. O professor também apontou a necessidade de olhar a singularidade de cada um dentro da sala de aula. ”O processo de inclusão começa quando entendemos que a sala de aula é composta de pessoas diferentes do nosso corpo. Não existe inclusão se não reconhecermos que existe diversidade dentro da sala de aula”, argumentou.

Professora, dirigente da CNTE e ativista do Movimento Negro, Ieda Leal falou sobre a necessidade das mulheres na linha de frente ao enfrentamento da violência de gênero e do machismo enraizado na nossa sociedade. ”Nos tempos de hoje, a gente precisa falar da opressão que nos priva, mas a gente levanta e dá a volta por cima. Precisamos conversar mais sobre as nossas questões, além de nos organizarmos contra tudo que nos oprime. As pessoas não podem impedir uma mulher de caminhar e tomar o poder em todos os espaços do país. O lugar da mulher é onde ela quiser estar”, ressaltou sob muitos aplausos dos participantes. 

APRESENTAÇÃO CULTURAL

A Batucada do Sintepe marcou presença no terceiro dia da Conferência Estadual de Educação. O grupo, fundado em 2021, surgiu para levantar ainda mais a bandeira do movimento artístico dentro da luta do Sindicato.

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