Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Levantamento expõe desigualdades raciais e a luta por justiça social no mês da Consciência Negra

Dados do DIEESE revelam disparidades em renda, educação e violência, reforçando a necessidade de iniciativas coletivas por igualdade racial e justiça social

Com dados do DIEESE,

O Mês da Consciência Negra, celebrado em novembro, é um marco de resistência e valorização da população afrodescendente no Brasil. Com o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, como ponto central, o período é uma oportunidade para reforçar a luta contra o racismo estrutural e celebrar as contribuições culturais e históricas do povo negro. A data homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência à escravidão. Apesar de avanços nas políticas públicas e no reconhecimento da cultura afro-brasileira, os dados revelam que as desigualdades raciais permanecem uma barreira para milhões de brasileiros.

A desigualdade racial no Brasil continua a ser um desafio evidente. Dados do IBGE e relatórios recentes expõem as diferenças em acesso à renda, educação, saúde e qualidade de vida entre negros e brancos no país.

Um dos principais destaques são as disparidades econômicas. Enquanto a renda média mensal de trabalhadores negros é de R$ 1.500,00, a dos brancos chega a R$ 2.900,00, praticamente o dobro, cerca de 75% da população em situação de extrema pobreza no Brasil é composta por pessoas negras e apenas 29% das pessoas negras ocupam cargos de liderança, enquanto o índice entre pessoas brancas é de 66%.

No campo educacional, os desafios são igualmente profundos. A evasão escolar entre jovens negros é significativamente maior do que entre jovens brancos, principalmente no ensino médio. Apenas 18% dos jovens negros de 18 a 24 anos conseguem ingressar no ensino superior, comparado a 36% dos jovens brancos e o analfabetismo atinge 8% da população negra, enquanto entre os brancos o índice é de 3,9%.

Outro dado alarmante está relacionado à violência. Pessoas negras representam 75% das vítimas de homicídio no Brasil, sendo que jovens negros são as maiores vítimas. A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no país. O encarceramento em massa também é uma questão crítica: mais de 66% da população carcerária brasileira é negra, evidenciando o impacto do racismo no sistema judiciário.

Diante desse cenário, o Mês da Consciência Negra não é apenas uma celebração, mas um momento de reflexão e ação. A data reforça que a luta contra o racismo é contínua e coletiva.

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