Lei assegura ensino superior às mulheres
Pela nova legislação, as instituições vão ter que expedir documentos com as nomenclaturas “bacharela” e “mestra”.
Elas são maioria nas salas do ensino superior há muito tempo. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), desde que o censo escolar foi oficializado, em 1997, a presença das mulheres nas universidades e faculdades do país é majoritário. De acordo com os últimos dados divulgados pelo MEC em 2010, elas correspondem a 57% das mais de 6 milhões de matrículas do ensino superior. A proporção é a mesma em Pernambuco, onde existem cerca de 200 mil matrículas presenciais.
Pensando nessa maioria, a presidente Dilma Roussef criou uma lei que garante a flexão de gênero nos diplomas. Agora, as instituições vão ter que expedir documentos com as nomenclaturas “bacharela” e “mestra”. A Lei 12.605 foi expedida em abril deste ano. A decisão foi aprovada pelas alunas Georgia Vasconcelos de Paula Gomes e Maria Eduarda Cavalcanti de Albuquerque, estudantes da Unicap. “Acho essa mudança importante.
Agora é a vez das mulheres. Se a Constituição fala em igualdade, por que as nomenclaturas eram todas masculinas?”, questionou Georgia, de 22 anos, aluna do 3º período de direito. A colega concorda. “A gente vive ainda os reflexos de uma sociedade machista. Essa lei é importante e deveria ser estendida para todos os campos”, opinou Maria Eduarda, que está prestes a ganhar o título de bacharela em direito. De acordo com a nova lei, quem já se formou também terá o direito de pedir um diploma novo, com a flexão de gênero.
Segundo os dados do MEC, além de serem maioria nas matrículas, elas correspondem a 60,9% do número de concluintes do ensino superior. E preferem os cursos presenciais, no turno da noite. Licenciaturas e cursos relacionados à educação ainda estão entre os mais procurados pelas alunas. Mas elas já ocupam de forma expressiva áreas tradicionalmente masculinas. De acordo com a coordenadora do Centro de Ciências e Tecnologia da Unicap, Arminda Saconi, o número de mulheres vem aumentando. Principalmente na graduação de engenharia civil.
“O curso está em alta no mercado e as mulheres sabem disso. Na minha opinião, elas são tão aptas quanto os homens para as áreas de tecnologia”, afirmou a coordenadora. Homens Curiosamente, quando os papeis da sala de aula se invertem. Se entre o corpo discente as mulheres são maioria, são os homens que dominam no corpo docente. Nas universidades federais, a maioria dos professores tem uma idade média de 45 anos, título de doutor e atua em regime de jornada integral. Nas instituições privadas, o professor tem em média 33 anos e título de mestrado.
Mas atua como horista. Esse reinado, no entanto, vai ceder aos poucos. Isso porque os números também já mostram que há mais mulheres fazendo mestrado e doutorado. Principalmente nas graduações de licenciatura. Esse vai ser o último bastião masculino na educação. As professoras já são maioria na educação básica, sobretudo nos ensinos infantil e fundamental.
Fonte: Diario de Pernambuco