Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Especialistas fazem avaliação do sistema público educacional de Pernambuco

O sistema público de ensino do Estado foi analisado por especialistas nesta quinta-feira (22), durante um debate promovido pelo Sintepe, no auditório da Fafire, que integrou a programação local da 11ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública.
A mesa foi aberta pelo presidente do Sindicato, Heleno Ararújo, que passou o microfone logo em seguida para a integrante do comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Liz Ramos. A especialista levantou questões com referência ao desprezo do serviço público em detrimento do privado. Para Liz, a população se acomoda diante dos problemas e coloca como única solução o ensino privado. “O público não presta. Invista na educação do seu filho, pague uma escola particular”.
Liz Ramos questionou a veracidade dos indicadores da qualidade do sistema público educacional e defende um envolvimento maior dos representantes de Estado e da sociedade em eventos, como as conferências de educação, que propõe traçar metas para alcanlçar resultados signifcativos. “A situação da educação no Brasil merece uma grande mobilização social. Uma relação onde todos devem estar alerta pela educação”, destacou.
O presidente do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco (CEE-PE), José Ricardo Diniz, que deixa o cargo na semana que vem, admitiu que a entidade deveria atuar como órgão de Estado, mas culpa a falta de autonomia financeira pela inviabilização da postura. Segundo o presidente do Conselho, a educação pública estadual tem passado por mudanças estruturais, no entanto, ainda é necessário ampliar os avanços. “O ensino público hoje apresenta melhoras físicas e de gestão o que é importante para se ter qualidade. Mas, ainda é preciso atingir todo o núcleo do processo educativo: professores, pais e alunos”, alerta.
Sobre as divergências entre os ensinos público e privado, José Ricardo acredita que houve uma mudança de postura crítica, onde os questionamentos deixaram de ser acusações e para ficar mais bem fundamentados. “Hoje eu vejo a escola pública falando da privada, mas buscando trazer para o debate”, afirmou.
A análise mais detalhada de alguns dos métodos de ensino e resultados feitos pela Secretaria Estadual de Educação foi apresentada pela professora Fátima Cruz, do Centro de Educação da UFPE e Coordenadora das Licenciaturas Diversas. A docente trouxe uma pesquisa, baseada nas informações desatualizadas (as mais recentes são de 2007) disponíveis no site da secretaria, que apontou vários erros nos processos avaliatórios do ensino público de Pernambuco. “Não dá para ser caldo de cana. Educação é uma complexidade”, afirmou Fátima, sobre a “ansiedade” dos órgãos governamentais de apresentar com imediatismo números que indiquem mínimas melhorias na área.
A diretora para Assuntos Educacionais do Sintepe, Cleidimar Barbosa, também enveredou suas declarações para os modelos de avaliação do ensino adotados pelo Estado. “Parece que a gente descobriu que as formas de avaliação resolverão os nossos problemas”.
Cleidimar, que ocupa uma das cadeiras do Conselho Estadual de Educação, reforçou sua desconfiança em projetos pedagógicos tratados como a solução na busca pela qualidade do ensino público. “Algo está errado e nós precisamos faezr uma intervenção”, ressaltou.
Além de trabalhadores em educação, alunos da escola Clídio de Lima Nigro, no bairro de Salgadinho, Olinda, acompanharam as palestras. Enquanto as discussões ocorriam dentro do auditório, na área externa, em frente à faculdade, pernas-de-pau chamavam atenção de quem passava pelo local para colaborar com o abaixo-assinado que pede ao governo o retorno das negociações.
Ao todo, 2.235 mil assinaturas foram coletadas no dia e em outras duas atividades realizadas na Praça do Derby e na feira de Casa Amarela.

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