Especial sobre educação traz triste realidade
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) parabeniza publicamente o Diario de Pernambuco pelo especial “Construtores do Futuro” (clique aqui para ler), publicado na edição da última terça-feira (29). Nós que, cotidianamente, vivenciamos a realidade das escolas sabemos o quanto é importante trazer à sociedade o debate sobre a qualidade do ensino público.
Realidades como as de outros estados do Nordeste não estão tão distantes assim da nossa realidade. Os motivos desta defasagem são muitos. Ao contrário do que entende a Secretaria Estadual de Educação, problemas e maus resultados das unidades de ensino não são questões unicamente internas das escolas. Fatores externos favorecem ou prejudicam a qualidade da educação. Um ponto que chama atenção é que no “raio-X” negativo, todas as escolas com notas baixas no Ideb 2009 pertencem as redes municipais, com exceção de Pernambuco.
Excesso de contratos temporários, baixos salários, falta de professores habilitados nas disciplinas específicas, alunos fora da faixa etária em relação às séries, gestão desigual entre estado e municípios do processo ensino-aprendizagem, pouco envolvimento dos pais com a escola… Será mesmo que o problema se resume a falta de monitoramento em sala de aula e gestão? De acordo com dados do Censo2010 do IBGE, 18% da população pernambucana não sabem ler e escrever. Um dado triste para o “estado que mais cresce no Brasil”.
Investir em educação não se restringe em aplicar tecnologia na sala de aula. Em pleno século 21, isso é necessário. Contudo, os passos devem ser dados com base cientifica, calcados nos estudos pedagógicos para superar o alto índice de reprovação e abandono no ambiente escolar. É necessário que os governos façam o dever de casa, investindo na qualidade técnica do professor, valorizando esse profissional, envolvendo a família do aluno com o cotidiano da escola e gerando, de fato, uma comunidade escolar.
Antonieta Trindade
Vice-presidenta do Sintepe