Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Delegados/as discutem cenário político, social e econômico no 11º Congresso

Delegados/as discutem cenário político, social e econômico no 11º Congresso
O 11º Congresso do Sintepe entrou no seu segundo dia e hoje (12) iniciou as discussões nos painéis no Hotel Canariu’s, em Gravatá. Para discutir sobre o contexto político atual, o Sindicato convidou Marcelino Granja, Presidente Estadual do PC do B; Jandyra Uehara, Secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT Nacional; e Carlos Augusto Abicalil, assessor parlamentar da Comissão Permanente de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Marcelino Granja foi o primeiro a analisar a conjuntura e destacou o caráter inédito que o Brasil vive atualmente: uma campanha eleitoral vencida pela extrema-direita, que contou com o apoio do agronegócio e de setores da burguesia. Como pauta, a extrema-direita defende entregar e integrar a economia brasileira de forma dependente e subalterna aos Estados Unidos, promover uma agenda antissocial e realizar uma regressão civilizatória. A derrota das forças progressistas, no entanto, não é apenas política-eleitoral, é também cultural e ideológica.
De acordo com Marcelino Granja, todas essas medidas têm como objetivo mudar o regime construído em 1988. Para barrar esse novo regime político que busca superar a Constituição de 88, a correlação de forças se mostra adversa. Segundo Granja, a promoção de uma Frente Ampla que pactue acerca da manutenção do Estado Democrático para as eleições municipais pode se mostrar uma importante estratégia. Essa tática foi utilizado em 2018 pelas forças progressistas no Nordeste e se mostrou vencedora.
A Jandyra Uehara, Secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT Nacional, expôs sua reflexão e destacou três características visíveis na atual conjuntura histórica: crise prolongada e estrutural do capitalismo; escalada das tensões geopolíticas e do imperialismo; e crescente instabilidade e polarização política e social. “Estamos vendo um aprofundamento do capital financeiro. Uma concentração de renda inédita. Hoje, 1% da população mundial concentra metade da riqueza do mundo. Existem 26 pessoas no mundo com a mesma renda da metade do planeta”, destacou Uehara. Esse cenário gera ataques profundos aos direitos e superexploração da classe trabalhadora.
Segundo Jandyra Uehara, o capitalismo financeiro e o ultraneoliberalismo são incompatíveis com a democracia, e a classe dominante, principal interessado no capitalismo financeiro, se alinha sem hesitar a governos que criminalizam os movimentos sociais ou as frentes de esquerda. O que vem acontecendo no Brasil, Chile, Equador e Bolívia é um reflexo dessa criminalização da esquerda. Para a Secretária de Políticas Sociais, é importante a construção de um pacto com aqueles que defendam um programa de desenvolvimento e de retomada dos direitos do povo. “Uma frente tem que se dar em torno de um programa comum para o país. Temos que ter muita unidade no campo popular para que outras pessoas se descolem desse programa neoliberal”, alertou Uehara.
Em sua exposição, o assessor parlamentar Carlos Augusto Abicalil deixou claro no início que a culpa do cenário atual é dos traidores, daqueles que jogaram fora a estabilidade política, do avanço, do projeto de desenvolvimento e de mudança social. Abicalil lançou uma proposta de entender as políticas públicas a partir das dinâmicas sociais objetivas, que representam a materialidade histórica do Estado.
Durante sua fala, o assessor parlamentar falou sobre o objeto de disputa a que o Estado convive e, por isso, a escola é um espaço tão importante. Para Abicalil, é importante multiplicar defensores da escola, seja em sua base ou nos espaços em poder, ações que fortaleçam a valorização, o currículo e a avaliação. “A luta do pelo direito é constitutiva do nosso dever”, frisou.

Compartilhar

Deixe um comentário