Com representantes dos vários lugares do Brasil e ao som de diversos sotaques, começou na noite deste domingo (28) e vai até o dia 1 de abril, a Conferência Nacional de Educação (CONAE).
Para abrigar o evento foi escolhido o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O poder público e a sociedade civil estão juntos debatendo a construção de um sistema nacional de educação articulado. Seis representantes do Sintepe participam da Conferência.
Na entrada do evento, estudantes, professores e servidores da Universidade de Brasília (UnB) expressavam a insatisfação com o corte de 26% no salário dos docentes. Há mais de duas semanas a universidade está em greve. E alguns professores garantiram que as atividades não irão voltar sem negociação.
Mobilizações à parte, o auditório estava lotado e a expectativa era grande para ouvir os participantes da CONAE, que este ano, recebe como tema Construindo um Sistema Nacional Articulado de Educação Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação. Foram formadas duas mesas, uma, com trabalhadores que possui função nas entidades que dizem respeito à educação. Heleno Araújo esteve nessa mesa como Secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). E outra, com políticos.
Quem primeiro falou na noite de abertura foi o coordenador da CONAE, Francisco Chagas. Além de contar a história do surgimento da Conferência, Chagas pontuou “Esse momento é histórico na construção de novos pactos educacionais”. Ele também fez referência aos avanços e aos desafios. Para citar alguns, diz o coordenador “Tivemos avanços na estratégia do governo federal, na ampliação tecnológica, na LDB, no Plano Nacional de Educação”.
Segundo Chagas os desafios são, transformar as diretrizes que compõem o sistema educacional em plano do Estado brasileiro, institucionalizar o Fórum Nacional da Educação e a CONAE. A voz calma e forte do presidente da Comissão de Educação e Cultura, o deputado Angelo Vanhoni, deixou o público em silêncio e admirado. “A instituição do Piso é um grande instrumento para valorização do Magistério”. E completa “Eu não tenho dúvida que o Brasil se comporta com a educação como emancipação para todos os brasileiros. Aqui vamos aprovar o melhor Plano de Educação e Cultura para o país”.
A vice-presidente do Sintepe, Antonieta Trindade e participante da Conferência diz convicta “A necessidade em um momento como esse é nós fazermos uma reflexão sobre a realidade que estamos vivendo”.
Era chegada à hora do ministro da educação, Fernando Haddad, que logo no início afirmou que o Piso está aquém da necessidade do professor. Aplaudido, ele reforça “Se quisermos levar a educação a sério é da creche a pós graduação. Não adianta pular etapas ”. Quanto às conquistas, Haddad enfatiza “A reforma do sistema S beneficia mais de 300 mil alunos e com a expansão das federais, houve acesso à democratização”. Ao final, o ministro ressaltou que a educação vai ser incluída no Plano de Aceleração de Crescimento (PAC), porque não existe em nenhum lugar do mundo, crescimento sustentável sem formação.
Fotos Anna Maria Salustiano