Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Avaliação do Plano de Educação é destaque da 15ª Conferência do Sintepe

Por Joyce Lacerda, especial para o Conferência

Nesta quinta-feira (18), o Plano de Educação de Pernambuco foi centro de debate no segundo dia da 15ª Conferência de Educação do Sintepe. A palestra, que contou com a participação da professora do Centro de Educação da UFPE, Márcia Ângela, do representante do Fórum Nacional Popular de Educação, Heleno Araújo e do doutorando em Educação, professor Paulo Rubem Santiago, destacou os temas da Gestão Democrática e o Financiamento da Educação.

Fazendo a abertura do debate, Márcia Ângelo relembrou a história do movimento da educação e das conferências enquanto aliadas na promoção de debates sobre as pautas da educação e suas reivindicações. A professora também reforçou a importância do compromisso com a gestão democrática da educação. ”É uma construção onde há a participação de todos os interlocutores do movimento. É muito importante pensar que viemos de uma construção da democracia”, afirma.

Diante do atual cenário de desmontes e ataques à educação, a professora destacou os desafios de promover uma gestão educacional cada vez mais democrática, de participação e compromisso com o diálogo. ”Não é uma tarefa fácil. Fomos praticamente extorquidos em relação às riquezas nacionais por uma elite predadora. Mesmo assim, nós avançamos e tivemos um governo comprometido com o projeto político pedagógico. Fomos interrompidos pelo golpe que se deu, principalmente, pelo ódio de classe e inviabilizou a continuidade deste projeto”, pontuou sob aplausos. 

Márcia Ângela ressaltou a importância de todos no processo de construção da escola pública. ”Não há profissão mais honrosa no mundo que a nossa. Nós tratamos com a formação humana e estamos convivendo com a coisa mais importante que é o ser humano”, ressaltou a professora, que também fez um alerta sobre a falta de projeto de formação humanística na escola. “O sistema tem formado máquinas e robôs categorizando os alunos em índices, deixando de lado o projeto pedagógico que é o que mais importa”, finaliza.

Durante a mesa de debate foi apresentada uma avaliação do Plano Estadual de Educação, com vigência de 2015 a 2025. O documento reúne informações relevantes sobre o atual cenário da educação pública em Pernambuco e destacou pontos urgentes como a permanência do Índice de Educação Básica (IDEB) como forma de avaliação do desempenho dos alunos/as.

Sobre o IDEB, o presidente licenciado da Central Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, pontuou a necessidade de ir além, priorizando o Sistema Nacional de Educação Básica (Sinaeb) para compreender a realidade socioeconômica dos alunos e professores. “O mais importante é levar em consideração o processo de participação social de todos”, afirmou.

Professor e doutorando da UFPE, Paulo Rubem destacou a importância de construir uma bancada da educação no Congresso para fortalecer a luta. Além disso, o professor questionou alguns pontos da Lei Orçamentária da União de 2021 e os entraves na execução do Plano Nacional de Educação. ”O problema não é a falta de riqueza, mas sim a correlação de forças. O controle da riqueza não está com a classe trabalhadora”. 

A mesa seguiu com uma rodada de debates de perguntas dos participantes.

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