Avaliação da Educação Básica em Pernambuco
Coluna publicada nos jornais nos dias 14 e 15 de setembro
A avaliação tem, em geral, como objetivo possibilitar a elaboração de um diagnóstico que viabilize a construção de propostas das políticas educacionais, que promovam melhorias para a educação de modo geral e também de forma pontual, para aprimorar as boas práticas e solucionar as deficiências identificadas em cada escola e em cada região.
Na prática, avaliação diagnóstica e incentivadora não tem sido adotada pelos sistemas de ensino, que insistem em aplicar métodos antidemocráticos e estritamente meritórios, numa busca desesperada por resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). E essas medidas mais atrapalham do que ajudam no desempenho da educação básica. O Ideb não vê as condições de trabalho, de ensino e de aprendizado que desenvolvem professores e alunos no ambiente escolar, este índice não possibilita a construção de um diagnóstico pedagógico que venha subsidiar e fomentar um trabalho de recuperação de escolas que apresentam problemas. Ele só trata da taxa de aprovação e da aplicação de uma prova de matemática e outra de língua portuguesa, levando o Estado de Pernambuco a contratar professores para dar aulas de reforço destas duas disciplinas, algumas vezes durante as aulas de outras disciplinas, em busca de melhorar os resultados no Ideb.
Outro aspecto destacado nesse contexto são os programas dirigidos a uma minoria, contrariando a garantia constitucional do direito à educação com qualidade social para todos. Das 1.085 escolas da rede estadual, 300 são de tempo semi-integral e integral, 785 não estão contempladas com o programa de escola de tempo integral. Dos 670 mil alunos da rede, 170 mil estão nas escolas de referência, 500 mil estão fora do programa e ainda temos mais de um milhão e cem mil pernambucanos que nunca frequentaram uma escola, 218 mil crianças e jovens de 4 a 17 anos de idade que estão fora da escola e quase dois milhões de pessoas no Estado que só tem de 1 a 4 anos de estudos e são considerados analfabetos funcionais.
Exigimos a aplicação de políticas Educacionais que atendam, sem discriminação, o conjunto da população Pernambucana.
Agenda
Ato político pedagógico cultural Paulo Freire
Dia: 16 de setembro, às 15h, no Lago do Cavouco, UFPE
