Por: Redação CUT
Publicado em 05/04/2021
Com a pandemia do novo coronavírus descontrolada – só na semana passada foram registradas 19.231 mortes em consequência de complicações da Covid-19- o Brasil precisa adotar três semanas de lockdown, medida mais rígida que proíbe circulação de pessoas, para evitar uma disparada de mortes e salvar 22 mil vidas no mês de abril.
É o que alertaram cerca de 30 especialistas do movimento “Abril pela Vida” em uma carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que é contra o isolamento social e já entrou até com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra governadores que adotaram a medida. Perdeu a ação, mas continua acusando os governadores de serem responsáveis até pela fome que aumentou no país.
O não cumprimento da população às medidas restritivas, somado ao negacionismo de Bolsonaro, que apareceu em vários locais sem o uso máscara, sem distanciamento social, provocando aglomerações e sabotando o lockdown adotado por governadores e prefeitos, custou caro ao Brasil que entrou numa crise que pode não ter volta se demorar agir, como defendem cientistas.
Na carta, os especialistas defendem, entre outros motivos, que é preciso reduzir a circulação do vírus para evitar o surgimento de novas variantes, o que pode tornar as vacinas obsoletas. Pedem, ainda, o aumento da testagem no país, com acompanhamento das pessoas testadas. Coisas que o Brasil nunca fez desde o início da pandemia, em março do ano passado.
Com a explosão de casos e o surgimento das novas variantes que não se tem mais controle, o Brasil está se tornando um laboratório para evoluções do vírus. Especialistas também alertam que o surgimento dessas variantes, sem o rastreamento delas, pode agravar mais ainda a crise sanitária porque vai demorar para descobri-las.
O Brasil enfrenta a pior crise sanitária, hospitalar e funerária da história. A ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo país beira 100%. Não há vagas para leitos, faltam insumos e medicamentos para pacientes graves, há risco de faltar oxigênio, e tudo isso não foi por falta de aviso ao governo federal.
A má-gestão do governo federal, com o pior ministro da Saúde da história, general Eduado Pazuello, que deixou a pasta na última semana com mais de 300 mil vidas perdidas, levou país às principais manchetes de jornais do mundo que se assustam com o descontrole da pandemia de Covid-19.
Mortes nas últimas 24 horas
Neste domingo (4), Brasil registrou 1.233 mortes por Covid e 30.939 casos da doença. Vale ressaltar que a queda nos números é esperada para um domingo após um feriado. Os dados da Covid-19 no país costumam ser menores nssas datas, por atrasos de notificação nas secretarias de saúde.
O Brasil teve a pior semana da pandemia, com 19.231 mortos, de segunda, 29 de março, até este domingo.
Foram 331.530 vidas perdidas pela Covid-19 e a 12.983.560 pessoas infectadas desde o início da pandemia.
Além disso, o país entrou na quarta semana seguida de recordes semanais de mortes. A pior semana havia sido em 22 até 28 de março, com 18.184 mortes. Na semana de 15 a 21 de março também havia sido a pior, com 15.788 mortes.
A média móvel diária de mortes também teve uma leve redução e chegou a 2.747. Na última semana, a média móvel permaneceu dois dias acima de 3.000 mortes por dia.
Para a Universidade Johns Hopkins, que acompanha a evolução da pandemia, só os Estados Unidos, com quase 555.000 mortos, tiveram mais óbitos por Covid-19 que o Brasil. Apenas em 2021, mais brasileiros morreram por conta da infecção do que o número de vítimas no Reino Unido em toda a pandemia.