Processo de seleção de gestor, por natureza, é anti-democrático porque não dá o poder à comunidade escolar de decidir
As inúmeras ocorrências no processo seletivo para diretor/a de escola da Rede Estadual de Ensino só comprovam que a democracia interna, com eleições diretas para direção, é o caminho para obtermos a qualidade social e a transparência que queremos na administração das escolas públicas em Pernambuco. O Sintepe (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco) defende um processo radicalmente democrático, com a participação da comunidade escolar no processo de escolha das direções, como determina e detalha a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e a Constituição Federal de 1988.
O modelo da seleção para direções em mais de 890 escolas estaduais em Pernambuco excluiu a comunidade escolar dessa escolha e ignorou completamente professores, professoras, pais, mães e estudantes, que são as pessoas mais interessadas e com mais competência para decidir sobre os rumos da escola.
LISTA TRÍPLICE É INFLUÊNCIA POLÍTICA NAS ESCOLAS
A escolha final dos/as candidatos/as à direção da escola por lista tríplice é a exclusão, mais uma vez, da comunidade escolar nesta decisão e a possibilidade de influência política na definição final de quem irá dirigir a escola, porque será a governadora quem escolherá entre os três finalistas aquele que irá realmente assumir o posto.
O atual processo de seleção – iniciado em 12 de outubro de 2023 – que já é anti-democrático por concepção, tornou-se um verdadeiro pesadelo para as candidatas e candidatos que almejam dirigir as unidades escolares.
ERRATAS DEIXAM SELEÇÃO SEM CREDIBILIDADE
As 10 erratas ao edital inicial, vão desde publicações erradas de quantidade de escolas, nomes errados de escolas até uma completa reformulação do plano de trabalho dos candidatos e candidatas. Estes, tiveram que acompanhar 10 correções dos editais ao longo do processo que já dura mais de quatro meses. Tudo isso, só comprova a incapacidade, despreparo e o total desconhecimento da máquina pública pela atual gestão.
No último dia 20 de fevereiro desde ano, o Governo teve que reabrir o processo mais uma vez para inclusão de documentos de candidatos que tiveram sua candidatura indeferida por desorganização do site que estava sendo feito para o credenciamento. Como acreditar em um processo com tantas vai-e-vem e erratas reconhecendo a própria desorganização da seleção dos candidatos e candidatas?
A falta de transparência e participação democrática nesse processo, não apenas desvaloriza o papel fundamental dos educadores e da comunidade escolar, mas também compromete a legitimidade da gestão educacional. Essa seleção repleta de falhas, erratas, renovações de prazos, gera um cenário de incertezas e questionamentos quanto à legitimidade das gestões que assumirão as mais de 890 escolas aptas para este processo no Estado.
O SINTEPE ESTÁ DO LADO DA CATEGORIA
Diante de um processo tão caótico e tumultuado, o Sintepe reafirma seu compromisso com companheiros e companheiras que participaram da seleção e se sentiram prejudicados. Para essas pessoas, nossa assessoria jurídica estará disponível, bastando ligar para marcar um atendimento no telefone (81) 2127.8866.
Reafirmamos nosso compromisso com a defesa de uma educação pública, gratuita, de qualidade e democrática, na qual as eleições diretas para a escolha de diretores e diretoras represente um avanço que vai ao encontro dos anseios de estudantes, educadores/as, pais, mães, ou seja, comunidade escolar.
O Sintepe convoca toda a categoria para participar ativamente da luta por eleições diretas nas escolas, sendo esta uma das principais pautas de nossa Campanha Salarial Educacional 2024. Todos e todas que desejam uma escola segura, inclusiva, sem assédio moral, com decisões colegiadas e coletivas sobre o planejamento e todo o cotidiano da escola, precisam estar conosco nesta luta. Que nenhuma decisão tomada na escola seja feita sem a efetiva participação de professores/as, analistas, administrativos e estudantes. Só a eleição direta garante que nossas vozes sejam escutadas e nossos direitos respeitados.
O SINTEPE