A Campanha Salarial Educacional x Violência nas escolas
A pauta de reivindicações dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação entregue ao governo do estado no dia 8 de abril de 2011, tem entre os seus objetivos, envolver a comunidade escolar na valorização dos profissionais, garantir a efetiva participação na vida da escola e combater a violência.
A médica pós-graduada em psiquiatria pela UFRJ e Professora Ana Beatriz Barbosa Silva, no seu livro “mentes perigosas – O psicopata mora ao lado”, nos alerta que:
“A realização proposta por nossa sociedade só pode ser de aspecto material, pois afetos verdadeiros não podem ser adquiridos nem substituídos na velocidade que nossos tempos preconizam. A cultura do individualismo e o desejo de conseguir bem estar material a qualquer custo tem provocado erosão dos laços afetivos dentro da nossa sociedade.
Com isso, virtudes como a honestidade, a reciprocidade e a responsabilidade com os demais caem em total descrédito. E assim, repletos de conforto e tecnologia, acabamos por nos tornar cada vez mais sozinhos e menos comprometidos com os nossos semelhantes. Sem sombra de dúvida, o cenário social dos nossos tempos favorece o estilo de vida do psicopata.
Ele reflete de forma precisa esse “novo homem”, voltado somente para si mesmo, preocupado apenas com o que é seu e desvinculado da realidade vital dos que estão ao seu redor. A expansão da cultura moderna, repleta de traços psicopáticos, modificou de forma drástica as nossas relações familiares e sociais.
Estamos perdendo o senso de responsabilidade compartilhada no campo social e o de vinculação significativa nas relações interpessoais. O aumento implacável da violência é senão uma resposta lógica e previsível a toda essa situação”.
Os trabalhadores e as trabalhadoras em educação da rede estadual de ensino, compromissados, responsáveis e antenados com os aspectos da mudança cultura da nossa sociedade, exigem do governo estadual que tome providências para interromper a escalada de violência na sociedade e nas escolas. Reivindicando:
– Formação continuada para os profissionais da educação em gestão democrática com o objetivo de horizontalizar as relações, na perspectiva de formar cidadãos e cidadãs críticos e criticas, comprometidos com as lutas sociais;
– Eleição direta para diretor e diretor adjunto, inclusive para as escolas de referência;
– Fortalecimento dos Conselhos Escolares e Grêmios estudantis;
– Seleção para Gestor das GRE’s sem influência política e divulgação dos critérios avaliativos a toda nossa categoria;
– Garantir a participação da Comunidade Escolar na construção do Plano Estadual de Educação;
– Garantir o direito das Entidades Estudantis criarem o Grêmio nas Escolas de referências.
Entendemos que estas ações resgatam o respeito à comunidade escolar, agrega as pessoas, fortalece a construção coletiva do Projeto Político Pedagógica da Escola, ou seja, estabelece o “senso de responsabilidade compartilhada no campo social e o de vinculação significativa nas relações interpessoais”.
Fatores importantes para combater a violência nas escolas e na sociedade. Estamos fazendo a nossa parte. Cabe agora ao Governo do Estado fazer a sua.
Professor Heleno Araújo Filho
Presidente do SINTEPE
Secretário de Assuntos Educacionais da CNTE