Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Mobilizações contra a PEC 32 continuam pressionando deputados federais

O  Sintepe participou nesta terça e quarta-feira (5 e 6) de uma série de atividades em Brasília para pressionar os deputados federais a votar contrário à PEC 32, de autoria do Governo Bolsonaro, denominada de reforma administrativa e que propõe um verdadeiro desmonte radical no serviço público brasileiro, prejudicando principalmente a população que mais precisa dos serviços de educação, saúde, segurança pública e seguridade social.

Uma delegação do Sintepe juntou-se a sindicatos de educação de todo o Brasil, convocados pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). Além da educação, também participaram centrais sindicais, movimentos juvenis e estudantis, sindicatos e federações de outras categorias como os servidores do judiciário e da saúde e movimentos sociais. 

As delegações estiveram no Aeroporto de Brasília Juscelino Kubitschek na manhã da terça (5) para esperar os deputados federais e seus assessores chegarem de todos os estados da federação. Na tarde do mesmo dia, a pressão foi em frente ao Anexo IV da Câmara dos Deputados, onde o movimento recebeu a solidariedade de parlamentares de vários partidos e que declararam voto contrário à PEC 32. Na manhã da quarta (6), o movimento realizou uma caminhada saindo do Ministério da Economia até o Anexo IV da Câmara. Uma delegação de sindicalistas percorreu corredores e gabinetes em conversas com deputados e assessores. 

Municípios

“Estamos em um amplo processo de mobilização. A PEC 32 representa a retirada do papel do Estado Brasileiro nas políticas públicas para entregar essa responsabilidade à iniciativa privada, para que os recursos públicos fiquem nas mãos de uma minoria nesse país, que representa 1% da população que concentra renda”, analisou Heleno Araújo, presidente da CNTE.

Heleno também recomendou aos Sindicatos que repliquem esse modelo de mobilização nos estados, tanto com os deputados estaduais quanto com os vereadores nos municípios. “Vamos mobilizar em frente das assembleias legislativas e das câmaras dos vereadores, porque esses deputados que querem votar na PEC 32 são dos mesmos partidos de estaduais e vereadores. Precisamos dizer a esses parlamentares que não devem apoiar federais que querem destruir o serviço público nos municípios”, exemplificou o dirigente sindical.

A presidenta do Sintepe, Ivete Caetano, esteve em todas as atividades conjuntamente com outros/as dirigentes do Sindicato. Ela analisou a importância da mobilização. “A reforma administrativa de Bolsonaro tem a ver com a destruição de um sonho que temos para o Brasil. Precisamos perguntar para quê serve o Estado Brasileiro. Se ele serve ao rentismo, aos setores financeiros, ou se ele serve à grande maioria da população. 

O Sintepe vai manter a mobilização em Pernambuco e confirmou presença nas mobilizações que ocorrerão nos próximos dias 19 e 20 de outubro. O Sindicato fez uma série de postagens nas redes sociais sempre citando os 25 deputados federais do Estado, tanto agradecendo aos que já se posicionaram contrários à PEC 32 e solicitando reflexão aos demais. 

“Vamos continuar a luta em Pernambuco. Já fizemos mobilizações, debates, audiências públicas. Em Pernambuco 16 se convenceram de que não devem votar na PEC 32. Faltam nove deles. Sabemos que entre eles há apoiadores do Governo Bolsonaro, mas vamos sim, na próxima semana, todos os Sindicatos da Educação, mobilizados na pressão”, lembrou Ivete Caetano.

Estratégia do governo

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que colocará da PEC 32 após o feriado do dia 12 de outubro. “O governo está protelando a votação porque não tem os 308 votos necessários para aprovar a PEC 32”, explicou Marilda Araújo, secretária de organização da CNTE.

Marta Vanelli, secretária de formação da CNTE, reiterou a importância de a população estar nas ruas e nas redes protestando contra a PEC 32. “Estamos aqui hoje nesse processo de mobilização e resistência, e estaremos aqui tantas vezes forem necessárias!”, concluiu.

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