Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Sintepe participa da inauguração do memorial em homenagem ao centenário de Paulo Freire na Alepe

Por Alepe em 20/09/2021

O Sintepe participou da inauguração de um memorial na Alepe em homenagem ao educador pernambucano Paulo Freire no seu 100º aniversário de nascimento. A placa comemorativa, instalada na Biblioteca da Casa, na tarde da última segunda (20), teve inspiração na estátua criada pelo artista plástico Abelardo da Hora em reverência ao Patrono da Educação Brasileira. 

De acordo com a deputada Teresa Leitão (PT), que preside a comissão organizadora das celebrações, o legado do pedagogo vai muito além da educação formal realizada “dentro dos muros da escola”. “A placa traz esse ilustre educador para a memória afetiva da Casa de Todos os Pernambucanos”, afirmou. “O ‘esperançar’, como ele dizia, vai responder a este momento de desalento e de tantas dificuldades que o Brasil está vivendo.”

Paulo Freire nasceu no Recife, em 19 de setembro de 1921, onde concluiu os primeiros estudos, graduou-se em Direito e iniciou a carreira como professor. Ele desenvolveu um método de alfabetização de adultos considerado revolucionário, no qual o processo de aprendizagem avança a partir de palavras utilizadas no cotidiano dos homens e mulheres que desejam aprender a ler e escrever. Na década de 60 do século passado, a prática foi utilizada para embasar o Plano Nacional de Alfabetização. 

Em 1964, com o início da Ditadura Militar, o Plano foi cancelado. Paulo Freire foi preso e, depois, tornou-se exilado político, só retornando ao País em 1980. Morreu aos 76 anos, em São Paulo. O pernambucano recebeu da Presidência da República o título de Patrono da Educação Brasileira em 2012. Tem 40 livros publicados e é uma das referências mais citadas em trabalhos acadêmicos sobre humanidades no mundo.

Representante do Conselho Estadual de Educação, Maria Iêda Nogueira salientou que o Método Paulo Freire é “libertário e subversivo”. “Nossa maior dificuldade, no Brasil, é a desigualdade social e política. Por isso, alfabetizar em um País autoritário e escravagista é subversivo, e é esse dia a dia que o pensamento freireano pode iluminar”, disse.

Para a diretora pedagógica do Centro Paulo Freire, Maria Aparecida Melo, os jovens precisam entrar em contato com os ensinamentos freireanos. “O legado dele permanece e fará com que as pessoas despertem consciente e criticamente para a realidade política da conjuntura atual. Não podemos naturalizar a quantidade de mortes que temos no Brasil”, acredita. “A obra dele precisa chegar às escolas e para a juventude, que tem o potencial de transformar a nação, acordar e fazer a melhor escolha para um futuro decente.”

As comemorações do Ano Educador Paulo Freire na Alepe seguem com a realização do Seminário Estadual de Educação do Poder Legislativo, no mês de outubro.

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