Rede de Trabalhadoras da Educação debate o Estado Laico
Na abertura do encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação, na manhã desta terça-feira (18), em Porto de Galinhas, Carlos Eduardo Abicalil, ex-presidente da CNTE, ex-deputado federal e atual consultor do governo federal, comandou uma discussão sobre “Estado, laicidade e ampliação dos direitos das mulheres”.
Abicalil lembrou que a laicidade é um processo e, portanto, precisa ser analisada sob o aspecto histórico e suas relações de força. Evocando Che, que afirmava que o pior inimigo não é o estado, mas a apatia, Abicalil lembrou que o povo é fundamental nessa equação. “No ano que vem, um ano eleitoral, um dos principais debates será sobre esse tema. Um estado laico afirma a liberdade de opinião e expressão, não apoia nem dificulta a discussão de ideias religiosas. Laico é aquele que significa algo vinculado ao povo, que é comum, que não tem expressão maior sobre os demais. Essa é uma propriedade indivisível do estado”, afirmou.
Ocupando espaços e exercendo o poder
É fundamental derrotar a pobreza e aumentar a qualidade de vida da nossa população, gerando melhor distribuição da riqueza e fortalecendo a luta contra o sistema patriarcal. Esta foi à mensagem que a senadora da Colômbia Gloria Ramírez deixou aos participantes do Encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação, em Recife, na tarde desta terça-feira.
O debate da senadora teve como foco: “Ocupando espaços e exercendo o poder: como e porque se ampliam os direitos quando as mulheres atual na política partidária e na política sindical”, Gloria afirmou que alcançar a igualdade no exercício do poder e na tomada de decisões nos mecanismos de participação e representação social e política constitui uma meta para erradicar a exclusão estrutural das mulheres. Para ela, as mulheres precisam ir pra luta política do dia a dia.
Durante sua fala Gloria abordou a discriminação das mulheres no mercado de trabalho, deu dados sobre a taxa de desemprego feminino na América Latina, os obstáculos na participação das mulheres no movimento sindical. Trabalhar isso nas escolas é um passo importante para mudar o quadro, ressalta.
Brígida Rivera, vice-presidente da Internacional da Educação para a América Latina, agradeceu a participação de Gloria e entregou uma homenagem para a senadora: “Quero recordar nosso lema que diz que estamos no caminho e depois do primeiro passo não pararemos de andar jamais. Creio que esta fala da nossa irmã Gloria Inez enriquece o processo de formação que contribui enormemente para o crescimento do nosso debate”.
Homenagem
O encontro de 2013 marca também a homenagem à Carmem Vieites, secretária de relações institucionais e internacionais da FETE-UGT, Federação de Educadores da Espanha. Cada edição, a partir de 2013, celebrará a homenagem para uma companheira diferente.
“Tenho muito a agradecer as minhas queridas companheiras. Aprendi muito com todas, aprendi o valor da luta e da solidariedade que nos une com laços indestrutíveis. Aqui nós construímos nossas propostas ideológicas e aprendemos com os exemplos de cada uma. Nosso desafio é seguir trabalhando e lutando para fazer sempre melhor”, agradeceu.
É fundamental derrotar a pobreza e aumentar a qualidade de vida da nossa população, gerando melhor distribuição da riqueza e fortalecendo a luta contra o sistema patriarcal. Esta foi à mensagem que a senadora da Colômbia Gloria Ramírez deixou aos participantes do Encontro da Rede de Trabalhadoras da Educação, em Recife.
Na solenidade, também foi lançada oficial a revista da RED, comemorando os 10 anos de formação do grupo. “Começamos em uma reunião pequena em Buenos Aires, onde começamos a construir a rede e esboçamos a necessidade de um encontro de todo o continente. Nestes 10 anos, tomamos uma pauta que era dominada pelos homens e temos que celebrar esse momento, assim como avaliarmos tudo que fizemos até aqui e os próximos desafios, como a situação da Bolívia, que ainda não tem uma rede formada”, declarou Fátima Silva, vice-presidente da Internacional da Educação América Latina e secretária de relações internacionais da CNTE.
* Do SINTEPE participaram as três diretoras da Secretaria de Gênero, Aldamare Santos, Jorgiane Pereira e Valéria Pereira. Da Secretaria Geral, Marinalva Lourenço, além de Simone Ferraz e Geny, ex-diretoras do sindicato.
Fonte: Texto e fotos da CNTE