Do G1,
A Região Nordeste registrou, em 2008, os piores índices educacionais do país. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008, divulgada nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo de pessoas de 10 anos ou mais na região é de 17,7%, quase o dobro da média nacional, que é 9,2%.
Ainda em todo o país, dessa vez considerando a população com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo teve queda entre 2007 e 2008, passando de 10,1% para 10%. Em 2008, a taxa de analfabetismo para os homens dessa faixa etária foi estimada em 10,2%, enquanto a das mulheres foi de 9,8%. Nas regiões Sudeste e Sul, as taxas de analfabetismo entre as mulheres eram pouco superiores. No Sul, a taxa entre as mulheres era de 5,9% e entre os homens de 5%. No Sudeste, os índices correspondiam, respectivamente, a 6,3% e 5,2%.
Apesar do índice no Nordeste, a região demonstrou melhora com relação aos dados de 2007. No ano, a taxa de analfabetismo no Nordeste era de 18,3%, enquanto a média nacional era de 9,3%. Em 2008, a região com a menor taxa de analfabetismo foi o Sul, com 5%, seguido pelo Sudeste (5,4%), o Centro-Oeste (7,4%) e o Norte, com 9,7%. O estudo considera como alfabetizada uma pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece. A taxa de analfabetismo mede a porcentagem de pessoas analfabetas de um grupo etário, em relação ao total de pessoas desse grupo.
O Nordeste, ainda segundo o levantamento do IBGE, também tem a menor média de anos de estudo do país em 2008, com 5,9 anos por pessoa, na faixa etária com 10 anos ou mais. O índice nacional é de 7,1 anos. No Sudeste, que possui a melhor média, cada pessoa tem 7,7 anos de estudo. A região é seguida pelo Sul, com 7,5 anos, o Centro-Oeste (7,3) e o Norte (6,5). Em 2007, o número médio de anos de estudo no país era 6,9. O melhor índice também pertencia ao Sudeste, com 7,6 anos, seguido, como em 2008, por Sul (7,3), Centro-Oeste (7,1), Norte (6,4) e Nordeste (5,7).
Outro índice apontado pelo estudo é a taxa de escolarização, que corresponde à porcentagem de pessoas de um grupo etário que frequenta a escola. Entre 2007 e 2008, a taxa passou de 97% para 97,5% entre a população na faixa etária de 6 a 14 anos. O levantamento ressalta que as taxas de escolarização nas cinco regiões do país variaram de 96,1%, na Região Norte, a 98,1%, na Região Sudeste, nessa mesma faixa etária.
ANALFABETISMO FUNCIONAL
Em todo o país, a taxa de analfabetismo funcional, segundo o IBGE, foi de 21% em 2008 (30 milhões de analfabetos funcionais), 0,8 ponto percentual menor do que em 2007. O índice é medido pela proporção de pessoas com 15 anos ou mais, com menos de 4 anos de estudos completos, em relação ao total de pessoas dessa faixa etária. No Brasil, a taxa de analfabetismo funcional masculina era superior à feminina (21,6% contra 20,5%). Apenas nas regiões Sudeste e Sul, as taxas de analfabetismo funcional das mulheres eram superiores às dos homens, com 16,5% contra 15% e 16,9% contra 15,5%, respectivamente.
ESCOLAS PÚBLICAS
Em 2008, as escolas públicas atendiam a cerca de 79,2% dos estudantes de 4 anos ou mais, em todo o país. Entre os alunos dos ensinos fundamental e médio, a maioria expressiva, 88% e 86,5%, respectivamente, estava na rede pública. No ensino superior, o quadro era o oposto. Cerca de 76,3% dos estudantes de nível superior dependiam da rede particular. Dentre as regiões, o Norte e o Nordeste têm a maior porcentagem de alunos na rede pública. Já se considerados apenas o ensino fundamental e as classes de alfabetização, o primeiro lugar é ocupado pelo Norte (com 92,2%) e o segundo pela Região Sul, com 91,2%, seguida por Nordeste (87,7%), Sudeste (86,3%) e Centro-Oeste (85,7%).