Na tarde desta sexta-feira (9), na VII Bienal Internacional do Livro, realizada no Centro de Convenções, em Olinda, no estande do Sintepe uma equipe chamava atenção de quem passava pelo local. Vestidos com camisas roxas e dando “gritos de consciência”, como preferem chamar, o Grupo Gestor Estadual do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas apoiado pelo sindicato, falou sobre a AIDS e as doenças sexualmente transmissíveis.
Entre uma hora e outra, ouviam-se nos corredores da Bienal o grupo dizendo Educação, Saúde e Prevenção. As pessoas ao redor olhavam e aprovavam os gestos ao balançar as cabeças. A ação mostra o quanto o Sintepe está preocupado com gente. “O nosso grupo é amplo e trata de assuntos como gênero, homofobia, violência e drogas. Com muita força estamos mostrando na Bienal nossas atividades”, disparou a secretária geral da entidade, Marinalva Lourenço.
Segundo o professor, psicoterapeuta e membro da equipe, Horácio Barros Neto, o sindicato não luta só por melhores salários, luta também pelos direitos dos cidadãos. O participante do grupo há 3 anos, Carlos Negromonte afirma “No projeto descobri minha sexualidade. Depois que entrei no grupo tenho o apoio da família e amigos”. Entre as atividades desempenhadas por ele estão: panfletagem, distribuição de preservativos e cartilhas. Hoje, Negromonte capacita outros jovens na escola estadual Professor Alfredo Freire, na comunidade em que mora, Água Fria.
Outro exemplo de quem teve a vida transformada depois de entrar na equipe foi a estudante Bárbara Virgínia. “Sou uma pessoa mais responsável. A minha vida mudou muito”, enfatizou. As transformações também são vistas nas escolas, no tratamento com professores, diretores e na própria comunidade. Uma das reivindicações do Grupo Gestor Estadual é a institucionalização do projeto, que é de fato e não de direito. Devido ao esforço da equipe, o trabalho é desenvolvido em 106 escolas estaduais do Recife e da Região Metropolitana. “A questão deve ser tratada como política pública para que este projeto chegue a todas as escolas estaduais”, disparou Lourenço. É um desejo do grupo e da população, ter nos ambientes escolares jovens comprometidos em repassar conhecimento sobre temas que interessam a todos.
História – No final de 2007 o Sintepe foi chamado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) para fazer um projeto que tratasse da AIDS e das doenças sexualmente transmissíveis. A preocupação surgiu depois de uma pesquisa que colocou em evidência o alto índice de jovens contaminados. Os resultados foram divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).