Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Educadora cobra incentivo do poder público

As crianças de hoje, não são as mesmas de 15 anos atrás. Nem faz tanto tempo para se observar inúmeras mudanças comportamentais relacionadas aos valores familiares, sexuais, morais e éticos. Pensando em esclarecer os questionamentos sobre a sexualidade na adolescência, a professora, sexóloga e terapeuta corporal, Valéria Walfrido orienta prevenindo os jovens a aceitarem as transformações do corpo nos oito livros lançados.
O interesse em escrever sobre a sexualidade surgiu depois que Valéria analisou como os jovens estavam dialogando com os pais. “Eles questionavam nas escolas o que não perguntavam em casa”. Segundo Valéria, o Estado tem obrigação com a saúde. As classes simples precisam ter orientação sexual. A autora procurou diversas vezes o poder público para dar visibilidade maior as suas obras, comprando e distribuindo nas escolas e nas comunidades, mas não obteve retorno. “O governo e a prefeitura poderiam abraçar o material e distribuir nas escolas”, frisou.
Valéria ministra aulas, oficinas, palestras e atua há 20 anos na área de educação com crianças e jovens. Para lançar o livro Descobertas Juvenis, a autora pesquisou com 14.200 jovens brasileiros na fase púbere e adolescente. Ao ser questionada a respeito dos trabalhos, Valéria sublinha “Procuramos aprofundar os planos por uma educação libertadora, que nos ajudará a revelar aos jovens uma face educadora, encaminhando-os e encorajando-os a se tornarem cidadãos plenos”.
A sexóloga foi colunista do Jornal do Commercio, da Folha de Pernambuco. Atualmente é colunista da Revista Malu, de circulação nacional, que vai às bancas semanalmente. Entre os livros de Valéria estão, Descobertas Infantis, Descobertas Juvenis, Sexualidade – Toques para você , adolescente. Essa última obra foi a primeira no Nordeste a tratar do Bullyng, que são atos de violência física ou psicológica praticada repetidas vezes por um indivíduo. É o exercício do poder sobre alguém ou um grupo mais fraco. Didáticos, a linguagem utilizada nos “manuais de orientação” é atual e coerente com os diálogos da juventude, nem sempre conhecedora do segredos do sexo, do perigos, da gravidez precoce, e das doenças sexualmente transmissíveis.
Todas as perguntas utilizadas nos livros foram formuladas por alunos nas escolas e nas ruas. “Adentrar nas escolas e nas comunidades, para que os pais expliquem as doenças, as drogas, a prostituição. Se houvesse investimento, em pouco tempo víamos as transformações. Eu quero somar e multiplicar”, revela a autora.
O Ministério da Educação (MEC), a Confederação Nacional dos Trabalhaores em Educação (CNTE), estão juntos com o Sintepe empenhando-se na orientação sexual, através do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas. Mais de 100 escolas estaduais de Pernambuco estão engajadas no projeto.

Fotos: site www.valeriawalfrido.com

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