As redes municipal e estadual de ensino conseguiram obter apenas desempenho elementar nas disciplinas de português e matemática. Nas três séries analisadas pelo Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (Saepe) – 5º e 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio – as duas redes não alcançaram conhecimento básico ou desejável.
Isso significa que, embora tenha havido avanços, a maioria dos estudantes não está aprendendo o que deveria, de acordo com a idade e a série estudada. O resultado do Saepe foi divulgado ontem pelo governador Eduardo Campos e pelo secretário estadual de Educação, Anderson Gomes, no Palácio do Campo das Princesas.
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Apesar de indicar déficit de aprendizagem, o estudo mostrou também que 70% das escolas estaduais estão melhorando seus indicadores. Por terem alcançado parcialmente ou integralmente metas estipuladas em um ano, professores, diretores e funcionários de 652 colégios e das Gerências Regionais de Educação (GREs) ganharão um salário extra no próximo dia 11 de julho.
“Há uma deficiência de aprendizagem cumulativa, em que a maioria dos estudantes não aprende a ler e escrever até os 8 anos, dificultando a construção dos conhecimentos de acordo com a série em que ele está cursando. É uma realidade não só de Pernambuco, mas do Brasil. Nos preocupa e estamos trabalhando para modificá-la”, afirmou a secretária-executiva de gestão da rede, Margareth Zaponi.
O Saepe é formado pelas médias dos estudantes em provas de português e matemática, aplicadas em novembro do ano passado. Participaram da avaliação 84% dos alunos das 5ª séries e 74% dos que estão nos 9º anos do ensino fundamental, além de 67% dos que cursam o 3º ano do ensino médio.
O aprendizado é dividido em quatro níveis: elementar 1, elementar 2, básico e desejável. Nenhuma rede atingiu o básico ou desejável. Para saber o nível de cada série são observadas habilidades e competências dos estudantes. Um garoto do 5º ano, em português, por exemplo, terá desempenho elementar se conseguir localizar informações explícitas em um texto.
Para melhorar a avaliação das séries iniciais do ensino fundamental (até o 5º ano), a Secretaria Estadual de Educação está investindo em políticas de alfabetização, com monitoramento do desempenho dos alunos, formação permanente do professor e foco em leitura e escrita.
“Observamos que o resultado do Saepe no 3º ano do ensino fundamental, onde aplicamos apenas uma prova de leitura, melhorou. Na rede estadual está no nível desejável. E básico nas redes municipais”, afirmou Margareth.
Nas séries finais do ensino fundamental (5º ao 9º ano), a secretaria também está acompanhando currículo, frequência e desempenho dos alunos. Para o ensino médio, a expectativa é de que todos os estudantes tenham ensino integral (aulas em dois turnos) até 2014.
“Aplicamos, durante três meses, aulas de reforço para os alunos dos 1º anos em todas as disciplinas que eles têm dificuldade”, enfatizou Margareth. O resultado do Idepe, semana passada, mostrou que as escolas integrais melhoraram seus indicadores.
Margarida Azevedo
Do Jornal do Commercio
