Em greve há exatos 62 dias, os professores do Ceará reivindicam a aplicação do Piso Salarial Nacional e condenam a falta de diálogo e a truculência com que o magistério vem sendo tratado pelo governador Cid Gomes. “Além de não querer dar o Piso na carreira, o governo estadual ainda mandou uma mensagem em que achata os ganhos da maior parte dos 15 mil professores do estado, favorecendo uma ínfima minoria de 250 pessoas, querendo dividir a categoria”, alertou o secretário-geral do Sindicato Apeoc, Joaquim Juscelino Linhares Cunha.
MAIS INVESTIMENTOS
Conforme Joaquim, o apoio que os trabalhadores em educação vêm recebendo dos mais amplos setores da sociedade revela que há uma compreensão comum de que “o país só cresce com investimentos em educação pública e de qualidade, é isso que abre as portas para o futuro”.
Para Heleno Araújo Filho, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), esta é uma luta que está galvanizando o conjunto da sociedade, pelo entendimento de que sem fortalecer o ensino, a ciência e a tecnologia nacional, o país marcará passo. “A educação pública é fundamental para o desenvolvimento social do país, para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras. Com esta compreensão, vamos levar mais de 10 mil manifestantes a Brasília no próximo dia 26 de outubro”, ressaltou Heleno, denunciando que em seu Estado o Piso também continua sendo desrespeitado pelo governador.
MARCHA NACIONAL
A 5ª Marcha em Defesa e Promoção da educação pública, convocada pela CNTE, declarou Heleno, vai ampliar a pressão por mais recursos e, desde já, está superando todas as expectativas. “Em Pernambuco já fomos além da meta inicial e temos o dobro de pessoas inscritas, com uma acolhida muito grande por parte de todos os movimentos sociais”, explicou.
De acordo com o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, “a boa escola pública é aquela engajada no projeto de desenvolvimento do país e promotora da sustentabilidade social, econômica, ambiental e das culturas nacionais – características da qualidade socialmente referenciada da educação”. Mas, obviamente, acrescentou Leão, para que isso ocorra “é necessário que haja uma valorização dos profissionais, além de uma gestão efetivamente democrática e de amplo financiamento público”.
Artur Henrique, presidente nacional da CUT: Defesa da educação pública, gratuita e de qualidade
Na avaliação do presidente nacional da CUT, Artur Henrique, a unidade de ação e a mobilização dos mais amplos setores sociais em defesa das bandeiras da educação descortina a construção de um novo tempo para o país. “A educação tem papel estratégico para o desenvolvimento nacional, para a construção e consolidação de valores, democratizando a cultura e o conhecimento. Garantir os 10% do PIB para a educação e a implementação do Piso Salarial Nacional é um passo fundamental para valorizar o setor e a qualidade dos seus profissionais”, concluiu.
Fonte: Site da CUT Nacional, em 7 de outubro.