Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Investir em educação para reduzir a violência

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Investir em educação para reduzir a violência

Estudo aponta que mortes por arma de fogo estão diretamente ligadas à falta de investimentos na educação.

O Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela) e a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso) estão divulgando o Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo, do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. As fontes utilizadas para a realização do estudo foram: o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) com dados de 1980 até 2010 e o Sistema de Informações Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (Whosis) para as análises internacionais.

O estudo traça um amplo panorama da evolução da violência letal entre 1980 e 2010, quando morrem nada menos que 799.226 cidadãos vitimados pelo disparo de uma arma de fogo. No ano de 2010 as vítimas das armas de fogo foram 38.892:

•36.792 (94,6%) homicídios
•352 (0,9%) acidentes
•969 (2,5%) suicídios e
•779 (2,0%) indeterminado: sem definição se foi homicídio, suicídio ou acidente.

Se essa cifra já representa um número assustador, é ainda mais preocupante saber que 450.255 eram jovens entre 15 e 29 anos de idade. Exatos 30% do total de óbitos na faixa de 15 a 29 anos em 2010 tiveram sua origem no disparo de arma de fogo. Colocado de outra forma: uma em cada três mortes juvenis é produto de disparo de arma de fogo. De longe, a maior causa de mortalidade entre os jovens.

Para entender a gravidade da situação, basta mencionar que esse número de homicídios por arma de fogo é o maior do planeta, superando largamente quantitativos de países bem mais populosos, como a China ou a Índia, ou também os números de conflitos armados no mundo das últimas sete décadas, como a Guerra do Golfo, os conflitos nos Territórios Palestinos.

No contexto internacional, entre 100 países analisados o Brasil, com uma taxa de 20,4 óbitos por armas de fogo por 100 mil habitantes, ocupa o nono lugar, depois de El Salvador, Venezuela, Guatemala e Colômbia, que ocupam as quatro primeiras colocações. Mas fica muito longe da de países como Cuba ou Holanda que, na faixa de 0,5 vítimas de armas de fogo POR 100 mil habitantes E muito mais longe ainda da Coréia ou do Japão, uma taxa de aproximadamente 0,1 mortes por armas de fogo POR 100000 habitantes: 200 vezes menor que a brasileira.

Se 20,4 óbitos por AF é a média nacional, diversos estados e/ou municípios apresentam uma situação bem mais complexa e preocupante:

•Várias UF ultrapassam a casa dos 30 óbitos por AF em 100 mil habitantes: Espírito Santo, Pará, Bahia, Paraíba e Pernambuco, com uma situação especial: a de Alagoas, com um índice de 55,3.
•Quatro municípios superam a inaceitável marca de 100 óbitos por AF em 100 mil habitantes: dois da Bahia -Simões Filho e Lauro de Freitas- e os outros dois encontram-se no Paraná -Campina Grande do Sul e Guaíra.

O estudo analisa também o sexo, raça/cor e idades das vítimas destacando que são prioritariamente jovens, negros e do sexo masculino o destino dos disparos.

O texto completo do relatório, assim como planilhas contendo dados dos 5.565 municípios do país, pode ser acessado a partir do dia 06/03/2013 às 21 hs. Nos sites: www.cebela.org.br e www.flacso.org.br

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