Qual o limite entre o direito de expressão? O direito de reclamar e até protestar tanto no campo social e/ou puramente político e a imediata e proporcional obrigação de respeito ao indivíduo e a autoridade legitimamente constituída? Qual a diferença entre colocar a sua opinião contrária ao estabelecido e a pura agressão pessoal? Onde começa um e termina o outro?
Esses questionamentos que não são novos, mas vêm à tona com os acontecimentos dos últimos dias, onde a violência desferida contra a chefe da nação com adesivo postado nas redes sociais demonstra uma falta de civilidade de tamanha ordem, que nos perguntamos se não esta caracterizado um caso de polícia? Independente de quem seja o cidadão agredido, de imediato a polícia deve exercer a sua obrigação, em coibir atos que têm por objetivo ridicularizar e destruir a imagem pessoal do ente público. Façamos cada um de nós aquilo que nos compete dentro da função a qual fomos convidados a exercer na sociedade. Onde está agora, a polícia federal, o ministério público, ou a justiça?
Quem ainda não entendeu os limites de responsabilidades (direitos e deveres), existentes dentro de qualquer democracia ou não conhece os princípios mínimos de civilidade partindo para xingamentos como os que aconteceram pela infiltração de elementos na comitiva da chefe da nação com palavrões e acusações como: criminosa, bando de ladrões e outras aberrações, formaliza um atestado de canalhismo e agressão disfarçado, camuflado de pensar diferente dos demais.
Façamos cada um de nós cidadãos, a nossa parte, não apenas ficando surpresos ou indignados, mas acima de tudo revoltados com tamanha baixeza e covardia. Discordância no campo ideológico é uma coisa, e atitudes dessa magnitude, requerem respostas enérgicas e que não devem demorar. Nessa mesma semana aconteceram agressões racistas e mesquinhas com a “apresentadora do tempo” do jornal nacional Maria Julia. A diferença nesse caso é que a resposta veio de imediato, além disso, duvidamos que isso não traga implicações perante a justiça para os seus autores.
Nesse ponto, perguntamos: onde todo esse descalabro com a chefe da nação começou? Sem precisar forçar muito a memória, vamos nos reportar aos palavrões desferidos contra a presidente Dilma Rousseff, na abertura da copa do mundo em 2014, no Rio de Janeiro, daí seguiram-se vários ataques cada vez mais virulentos chegando até ao processo eleitoral de disputa e debate nas emissoras de televisão e sem as respostas devidas de todas as forças e partidos que dizem apoiar a chefe da nação.
Abrindo-se precedentes tão graves e perigosos, estabeleceram-se outras agressões e mais outras, ao ponto de se acreditar que o respeito ao governante e aos outros indivíduos são coisas dispensáveis. Conclui-se, portanto, que no exercício do poder, o silencio é um sinal de fraqueza para quem o exerce e pior ainda, de que está só, pois ninguém eleva a voz para defendê-la. Nesse caso o não responder, necessariamente não significa que os ataques vão cessar, muito pelo contrario, o que se constata é que aumentarão. Tomaram gosto pela violência praticada. As respostas devem ser em todos os campos: das redes sociais e midiáticas, jurídico, político e até mesmo no campo policial, caso contrario, o fascismo de direita se estabelecera de forma cruel em nosso país.
Edeildo de Araujo
Diretor da Secretaria do Interior do SINTEPE
e Formador de Política Sindical da CUTPE.