A diretoria da CNTE participa do 13º Fórum Internacional da Associação pelos Direitos das Mulheres e o Desenvolvimento (AWID). Com o tema, Futuros Feministas: Construindo Poder Coletivo em prol dos Direitos e da Justiça, o evento acontece de 8 e 11 de setembro, na Bahia.
Os objetivos do Fórum são, celebrar as conquistas dos últimos 20 anos alcançadas por diversos movimentos sociais, avaliar a realidade atual para identificar as oportunidades e ameaças no que tange à promoção dos direitos das mulheres e de outros grupos oprimidos e buscar estratégias para fortalecer a solidariedade e o poder coletivo entre os diversos movimentos sociais.
Além de participarem do Fórum, no dia anterior à plenária de abertura oficial do evento as secretárias da CNTE de Relações de Gênero, Ísis Tavares Neves e de Assuntos Municipais, Selene Michielin, estiveram presentes na reunião de Mulheres Sindicalistas com o tema: Justiça Econômica e Direitos Humanos das Mulheres no Espaço Laboral: Perspectivas Feministas. A reunião fez parte de diversos eixos de discussão, sobre variados temas, que ocorreram antes do início oficial do Fórum.
“Denunciamos o golpe de estado no Brasil promovido pelo consórcio oposicionista que perdeu as últimas eleições presidenciais no Brasil juntamente com setores do judiciário e Polícia Federal e com ajuda da grande mídia, que usurparam o mandato constitucional da presidenta Dilma Rousseff, democraticamente eleita. Além disso, ressaltamos a importância da defesa educação pública de qualidade, dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, das liberdades individuais e da democracia como um todo, para que não haja retrocessos em especial para as mulheres, com o avanço do conservadorismo e do fundamentalismo no Congresso Nacional”, afirmou Isis Tavares.
Na abertura do evento no dia 8, foi lida a Carta do Fórum do Feminismo Negro, que também denunciou o golpe de estado no Brasil.
Segundo Selene Michielin, o evento é um espaço rico de discussão sobre os avanços das políticas para as mulheres, “e a situação no Brasil representa um retrocesso para toda a sociedade, especialmente para as mulheres, por isso estamos denunciando o golpe e propondo uma moção de repúdio ao governo golpista”, afirmou.
“O evento reúne delegadas do mundo todo e nossa fala reforçará nos espaços em que participarmos, que nenhum direito, nem das mulheres, da juventude, nem da classe trabalhadora como um todo, estará seguro enquanto vivermos em uma sociedade capitalista, onde os interesses das elites prevaleça acima do estado democrático de direito”, ressaltou Isis Tavares.
O Fórum
O 13° Fórum Internacional AWID reúne mais de 1700 ativistas e participantes de movimentos sociais de mais de 140 países de todas as regiões do mundo, incluindo: mulheres indígenas, palestinas, lésbicas, negras, com deficiência, migrantes, trabalhadoras domésticas, entre outras.
De acordo com os organizadores, mais de 200 palestrantes estarão compartilhando experiências, rupturas criativas e a resistência de seus movimentos em uma variedade de plenárias, que articulam diferentes eixos temáticos e sessões de debates. O Fórum conta ainda com diferentes atividades de arte e cultura em todo o programa.
O evento foi criado em 1983 e as edições anteriores foram realizadas nos Estados Unidos, México, Tailândia, África do Sul e Turquia.
Fórum Feminismos Negros (FFN)
Apoiado pelo 13º Fórum Internacional da AWID, ocorreu de 4 a 7 de setembro, nas mesmas dependências do AWID, na Bahia, o Fórum Feminismos Negros (FFN). O evento contou com a presença da Secretária de Combate ao Racismo da CNTE, Iêda Leal.
O Fórum Feminismos Negros é liderado por um grupo de trabalho formado por membras da equipe da AWID e ativistas de outras organizações e localidades.
Segundo a organização, o evento proporciona um espaço para trocas e a criação de estratégias entre os movimentos, e aprofunda a solidariedade entre feministas negras/os ao redor do mundo. O programa do evento agrega arte, painéis, oficinas, celebração e solidariedade.
Para Iêda Leal, o Fórum Feminismos Negros tem um significado fundamental para as novas articulações da luta pelo som da violência contra as mulheres. “Está aí o grande respeito pela luta das mulheres negras no mundo e em especial das mulheres negras brasileiras. Somos mulheres que pensamos a sociedade do ponto de vista coletivo e enquanto houver racismo e machismo a democracia corre risco”, ressaltou Iêda Leal.
“Relatamos no evento o trabalho que foi feito para a realização da “Marcha das Mulheres Negras”, que reuniu mulheres de todo o Brasil, em Brasília, em 2015 e ainda apresentamos o Fascículo, do programa de formação de dirigentes sindicais, da escola de formação da CNTE – Esforce, com o tema, Educação para as Relações Etnicorraciais, como um instrumento na luta contra o racismo.
De acordo com a Secretária, uma carta reafirmando a disposição de continuar a luta das mulheres negras feministas foi lida durante o evento.
Sobre a AWID
A Associação pelos Direitos das Mulheres e o Desenvolvimento (AWID) é uma organização feminista internacional de associadas/os. Há mais de 30 anos faz parte do ecossistema de movimentos pelos direitos das mulheres a fim de alcançar igualdade de gênero, desenvolvimento sustentável e direitos humanos das mulheres em todo o mundo.
Fonte: Site da CNTE, em 9 de setembro de 2016