7° economia mundial e 53° lugar em educação
No início do mês de março euforia total no governo Federal com o anúncio de que o Brasil consolida-se como a 7ª economia mundial entre todos os países após a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que a economia brasileira reverteu o resultado ruim do ano de 2009 e atingiu um crescimento de 7,5% no PIB e que este percentual foi o maior desde 1986. O PIB, Produto Interno Bruto é a soma de todas as riquezas produzidas no país, durante o ano.
No estado de Pernambuco esta euforia foi ainda maior, pois o resultado do PIB chegou ao patamar de 9,3% em 2010 o mais expressivo dos últimos 15 anos o que em termos de reais atinge valores entre R$ 85 bilhões e R$ 88 bilhões. Infelizmente esses resultados econômicos não se reproduzem na área da educação. Estamos hoje no 53º lugar entre os 65 países da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com esta diferença entre o que a economia produz (7ª posição) e o posicionamento vergonhoso (53º lugar) que ocupa a educação, fica bem nítido o modelo de desenvolvimento que o país está acatando.
Apenas para citar um exemplo observemos os números trazidos pelo censo escolar do MEC que relata o descaso dos governantes, chega ao ponto de termos 70% dos alunos que freqüentam as unidades educacionais de ensino fundamental e médio privados da utilização de laboratório de ciências. Como desenvolver as potencialidades dos educandos? E como dignificar a profissão de Professor?
Agora, para não irmos mais longe com as mazelas dos governantes, observemos a conclusão do próprio governo através dos números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que comparando os diferentes tipos de gastos sociais, conclui no seu comunicado de nº 75, que os destinados para a educação são os que mais impulsionam o PIB para cima, ou seja de cada R$ 1,00 gasto com educação pública é gerado R$ 1,85 para o PIB. Portanto, devemos mudar o discurso e falarmos em investimento e não gastos da educação.
A educação está gerando além do conhecimento que é imprescindível para a população, também economia. Logo ao se pagar o salário ao Professor e Professora estimula-se as vendas, o consumo e eleva-se o número de empregos gerando uma reação em cadeia, pois “os investimentos sociais não são neutros ele gera crescimento com distribuição de renda.”
Desta forma não se justifica, em Pernambuco, o magistério receber o pior salário do país em uma clara demonstração de descaso com futuro educacional do estado e uma falta de habilidade para negociar de um governo auto intitulado de socialista. Mas que socialismo é este que adota o desenvolvimento distanciado da educação, formando um exército para ocupar os cargos de menor importância no mercado de trabalho?
Edeildo de Araújo
Diretor da Secretaria de Interior do SINTEPE