Prominp reprova o Estado
O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e gás do governo federal (PROMINP), através da Petrobras no seu 5º ciclo disponibilizou para Pernambuco 8.326 vagas no ano de 2010, e só agora em abril de 2011 começa a chamar os aprovados.
Logo, torna-se oportuno fazer a seguinte reflexão: apesar de 68.539 inscritos, apenas 6.003 candidatos conseguiram aprovação para realizar os cursos gratuitos que foram disponibilizados.
O fato é real e por isso mesmo, 2.323 vagas não foram preenchidas, ou seja, 28% das oportunidades deixarão de ser ocupadas, haja vista os postulantes não alcançarem a nota mínima de dois (2,0), pontos nas provas de português, matemática e raciocínio lógico.
O que estará por trás disso tudo? Sem sombra de dúvida a fragilidade da educação básica do estado de Pernambuco. Não cabe mais alegar “a existência de uma herança maldita do fracasso escolar”. Já sabemos que o governo anterior pouco fez pela educação, mas já transcorreram quatro anos e não dá mais para tampar o sol com peneiras.
Com tijolos e cimento constroem-se fisicamente escolas, mais também sepulcros ou prisões. Qualquer semelhança com as “escolas de referência” não é mera coincidência.
Diz o estado que “as eleições atrapalharam o programa de reforço escolar para 10 mil alunos da rede pública de ensino”, porém em 2009 sem esta maquiagem que o governo gostaria de ter aplicado em 2010, ficamos com 19.2% das vagas sem preenchimento.
Nesse ponto eu pergunto: por que tantos alunos precisam de reforço? Será que as condições de trabalho nas escolas estão influenciando nesse resultado? Ou será que o pior salário do país percebido pelos professores e professoras do estado também contribuem?
A verdade é, que com o crescimento da demanda de mão-de-obra qualificada e o não preenchimento das vagas, teremos um aumento de importação de profissionais de outras regiões e os pernambucanos ficarão a ver navios, mas que certamente não será em Suape.
Estamos no quarto mês do ano, será que não está na hora de implantar uma política educacional diferente no estado? Que contemple: ouvir os professores e professoras? E a participação do seu órgão representativo, o SINTEPE? Além da comunidade escolar e da sociedade como um todo? Essa não deveria ser a postura de um governo que auto se intitula de socialista?
Pois bem, se durante quatro anos o governo do estado ainda não aprendeu a dialogar com os profissionais e a sociedade sobre projetos educacionais, querendo ou não, vai ter que ouvir os empresários, que já fazem sua própria capacitação. Inclusive, até as Universidades atestam que o capital humano do estado não possui habilidades elementares. E o presidente da Fiat para a America latina, já lança a sua advertência, ou seja: “que o desafio não é fazer a fábrica até 2014, é formar gente para ela.” Vejam que ele está falando em 2014.
Com a palavra, o governo do Estado de Pernambuco.
Edeildo de Araújo
Diretor da Secretaria do Interior do SINTEPE