Aposentados cobram respeito e salários dignos
Em clima de Copa do Mundo, vestidos de verde e amarelo, os aposentados da rede estadual saíram em passeata na tarde desta segunda-feira (21), pelas ruas do Recife, rumo ao Palácio do Campo das Princesas para entregar aos representantes governamentais um documento contendo reivindicações.
Entre elas, a reformulação do Plano de Cargos e Carreira (PCC), considerando o princípio da paridade e da dignidade da pessoa humana. A atividade fez parte da programação do VII Encontro Estadual de Aposentados/as.
A diretora da Secretaria de Aposentadas/os do Sintepe, Severina Porpino deixa claro que os aposentados lutam por política salarial, que implica em um tratamento igual aos ativos e aposentados, não compensatória. “A gente não defende política de bônus. Queremos salários dignos”, bradou.
Ao longo do caminho, os aposentados expressavam a indignação com o governo. É o exemplo de Vilma Maria, aposentada há mais de dez anos. “Ficar em casa não adianta. Deixei tudo para resolver depois porque essa passeata serve como um alerta aos representantes que não cumprem o que é para cumprir”, disparou. A diretora do Sintepe e também aposentada, Simone Ferraz destacou a importância do salário na compra de remédios e alimentos e foi além a o dizer “Governo não cumpre promessa”. A sindicalista termina enfatizando o lema: Aposentado Sim. Inativo Nunca. Educador Sempre.
O presidente do Sintepe, Heleno Araújo é incisivo ao explanar “Os aposentados tiveram os direitos negados. Esses profissionais foram responsáveis em formar cidadãos para este país”. O rosto tranquilo da aposentada Maria Bernadete escondia a revolta que ela sente. Segundo Maria, educação é uma planta, você faz ela florescer, isso demora. Para o governador é mais fácil fazer UPA, construir pontes, porque mostra ao povo. Ao ser questionada sobre o que a orgulhava enquanto profissional da educação, ela enche os olhos de lágrimas ao lembrar que os alunos fazem referência a ela como se fosse uma mãe.
A passeata também tinha espaço para os profissionais que estão perto de se aposentar. É o caso de Maria Aparecida, professora do fundamental I, com 25 anos de serviço. “O que o governo faz com a educação é uma tragédia. Não se preocupa com quem lutou. A caminhada mostra a sociedade o que está sendo feito”, definiu.
O diretor do Sintepe, Valdênio Carvalho volta um pouco a história e diz que há 20 anos quando os ativos tinham reajuste salarial, os aposentados eram beneficiados. “Queremos uma política salarial, com reajuste anual para diminuir os impactos dos baixíssimos salários”.
Da cidade de Limoeiro, a 77km do Recife, a educadora aposentada Socorro Laureano destaca ser esse um momento oportuno para demonstrar que a aposentadoria está sendo transformada em pesadelo. Consciente, Socorro sublinha “A pressão se dá em movimentos na rua, passeatas, porque a mídia só divulga o que é do interesse do governo”. E continua “Houve a incorporação de quinquênios para que não houvesse perda salarial”.
A diretora do Sintepe, Valéria Silva reforça a luta dos trabalhadores em educação pelo respeito à aposentadoria. “A redução salarial foi um absurdo. Os aposentados não têm os mesmos direitos dos ativos. Com a reformulação do Plano de Cargos e Carreira, os mais antigos tiveram prejuízos salariais”, sublinhou.
Ao chegar em frente ao Palácio, as bolas de sopro que os aposentados carregavam foram soltas, com intuito de celebrar o pacífico ato. Uma comissão formada por seis pessoas entraram no Palácio e entregaram uma carta ao Secretário Executivo de Relações Institucionais, Gilberto Rodrigues, que se comprometeu a repassar ao governador as reivindicações dos aposentados (leia aqui o documento na íntegra).
No meio dos aposentados existiam crianças. Uma delas tem o nome de Helena, 6 anos. A mãe, Jamile Gomes, pegando na mão da pequena disse o motivo da criança estar ali. “Conhecer o movimento social e lutar pelos direitos. E que no futuro ela não esteja passando por isso, seja tudo de maneira certa”, finalizou.
Fotos: João Carlos Mazella
SINDICATO DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO
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