Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Sem referência

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Coluna publicada nos jornais nos dias 8 e 9 de setembro

As Escolas de Referência foram criadas, em Pernambuco, como modelos de excelência em educação. Os governos, que idealizaram internamente os seus projetos, excluíram do debate segmentos importantes da área educacional. O SINTEPE, por exemplo, tem um enorme acúmulo em termos de conhecimentos e experiências que poderiam com certeza contribuir na construção de uma escola pública verdadeiramente de qualidade e para todos.
A falta de um debate consistente e mais aprofundado, considerando diferentes visões de mundo e de concepções sobre o processo educacional na esfera pública, contribuíram para fragilizar na prática a proposta governamental de escola em horário integral, nas “Escolas de Referência”.

A Escola Augusto Severo, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, é, segundo denúncias da própria comunidade escolar, um exemplo mal sucedido de “Escola de Referência”. Os problemas na infraestrutura, que não são de hoje, provocam muita insatisfação, deixando incomodados os trabalhadores em educação e os estudantes. Não é fácil para as quase 700 pessoas, entre educadores e estudantes, conviverem diariamente com ventiladores quebrados, falta de água para beber, banheiros sujos, além da falta de segurança dentro e fora da unidade escolar, considerando que duas professoras já foram vítimas de assaltos.

Os problemas nas “Escolas de Referência” não são exclusividade de um pequeno número de unidades, são vários os relatos que chegam quase que cotidianamente ao Sindicato. Nesse contexto, vale também lembrar que o SINTEPE vem propondo ao Governo do Estado um amplo debate sobre a educação pública que temos e a educação pública que a sociedade precisa e merece.

Não devemos e não podemos aceitar que a educação pública continue sucateada física e pedagogicamente. Não devemos e não podemos aceitar que a educação pública seja tratada como política de Governo e não como política de Estado. Não devemos e não podemos aceitar que o professor, que está na ponta do sistema e é o responsável direto pelo processo de ensino e de aprendizagem, continue desvalorizado, mal formado, mal assistido e mal pago. A educação de qualidade passa necessariamente pela valorização profissional e salarial dos trabalhadores em educação.

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