Palestrantes cobram mais respeito nas escolas
Os debatedores que participaram do segundo dia do 1º Encontro Estadual sobre a Diversidade Sexual LGBT, realizado na sexta-feira (16), foram unanimes sobre a necessidade de disseminar o respeito dentro das escolas.
A cada depoimento, o público reagia com aplausos e gestos de apoio. No entanto, apesar das constantes mobilizações em prol do assunto, os convidados da mesa acreditam que ainda existe muito preconceito, não só para falar, como também para lidar com a homossexualidade.
Os palestrantes também afirmaram que o desrespeito e a falta de conhecimento não acomete só os alunos, mas os funcionários, inclusive professores. “Uma vez fomos à Escola Trajano Chacon fazer uma atividade do Movimento Gay Leões do Norte e os próprios professores nos impediram de entrar”, contou Luciano Mendes, integrante da entidade que esteve representando também a Secretaria Estadual de Educação.
Luciano, que é professor, defende a participação mais singificativa da categoria que deve assumir o seu papel de formador do conhecimento junto aos estudantes. “Assim como a Secretaria de Educação tem a sua responsabilidade, para que o trabalho seja efetivo, é preciso diálogo entre as Gerências de educação e os docentes”, acrescentou.
Outra palestrante, a presidenta da Associação de Mulheres Entendidas de Pernambuco (AME-PE), Josenita Duda, ratificou a necessidade dos homossexuais correrem atrás de seus direitos ao invés de serem vítimas da morosidade da justiça e dos respresentantes do poder público. “Se eu sou casada ou tenho união estável com uma pessoa, não vou esperar que o Estado aprove isso. Eu vou lá no cartório e peço um certidão de junção homoafetiva”, frisou.
O professor e presidente do Grupo Homossexual de Paulista (GHP), Vanildo Bandeira, também levantou a bandeira do respeito e reforçou que o grupo deve defender a opção sexual escolhida. “Devemos gozar dos nossos direitos sem deixar de viver plenamente aquilo que nós somos”, ressaltou.
Com o encerramento das palestras, os trabalhadores em educação puderam questionar os assuntos abordados e propor alternativas para enfrentar a homofobia nas escolas.
HOMOFOBIA – É o termo utilizado para identificar o ódio, a aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais e, consequentemente, contra a homossexualidade, e que pode incluir formas sutis, silenciosas e insidiosas de preconceito e discriminação contra homossexuais.
Um relatório divulgado pelo GGB (Grupo Gay da Bahia) revela que 198 homossexuais foram mortos no Brasil no ano passado por homofobia, nove a mais do que em 2008.
De acordo com a entidade baiana, que há três décadas coleta informações sobre homofobia no país, Bahia e Paraná foram os Estados que registraram o maior índice de homicídios contra homossexuais (25 cada um).