A Secretaria de Gênero do Sintepe realizou, na quinta (21), o Encontro de Mulheres, que contou com uma série de atividades, debates e místicas com mais de 155 mulheres filiadas e convidadas.
As mesas de diálogos, os livres debates, as místicas, os acolhimentos e os intervalos foram realizados no intuito de aproximar as mulheres da categoria, seus saberes e experiências, formando um elo de confiança e solidariedade entre todas.
Pela manhã, o debate se concentrou no enfrentamento a todos os tipos de violências sofridas pelas mulheres. Graça Elenice (Rede de Mulheres Negras) explanou sobre os feminismos com foco no feminismo negro. “A sociedade em que vivemos impõe onde é que as mulheres devem estar. Para nós ela deve está no lugar que ela quiser, mas para a sociedade capitalista tem os lugares demarcados e no topo de uma pirâmide primeiro é o homem branco, segundo a mulher branca, terceiro o homem negro e depois vem a mulher negra”, explicou.
Yanna Rocha falou sobre a importância de uma educação não sexista. “Se eu acho que a pessoa é um objeto que pertence a mim e que ela tem a obrigação de me satisfazer, se eu enxergo essa pessoa dessa maneira, aí o feminicídio muitas vezes ocorre, infelizmente”, alertou.
Finalizando, a primeira Mesa, a diretora Cíntia Sales abordou sobre a Convenção 190. “A convenção é importante pelo poder de lei que ela exerce, porque ela pode ser usada como argumento jurídico na hora de um advogado ou uma advogada e nos defender, o Ministério Público também pode ajudar nessa defesa. Ela também indica, orienta, coloca luz de como os estados e municípios têm que fazer para coibir à violência, o assédio moral e sexual”, informou.
À tarde, retornando com a segunda Mesa, a diretora Katiane Cavalcante debateu sobre economia feminista, numa perspectiva de raça. “As pessoas ignoram que para se alcançar a igualdade a gente precisa estar no mesmo patamar que o outro, para que consigamos os mesmos bens e a gente esteja no mesmo patamar para obter as mesmas conquistas masculinas”, perguntou.
A diretora Yara Manolaque dialogou sobre o enfrentamento ao abuso sexual no ambiente escolar. “Contato físico inapropriado, o que é isso? Quando o cara chega, encosta, passa a mão, isso é inadmissível. Você sentiu algum incômodo, sentiu algum constrangimento, é assédio”, disse.
O dia terminou com a mediação da atriz e psicóloga Hilda Torres, que fez uma roda integrativa com todas as mulheres, por meio da conexão, respiração, presença, sentir e saber. O intuito da atividade foi para que as mulheres presentes se reconectem consigo mesmas.