O Coletivo Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) começou a debater, nesta segunda-feira (17), o novo Plano Nacional de Educação (PNE). O grupo se reúne no hotel Ramada, em Brasília. O Sintepe foi representado pelas diretoras de Assuntos Educacionais Marília Cibelli e Professora Li.
A diretora Marília Cibelli fez uma reflexão sobre as falas do professor Carlos Abicalil. “A situação política e quais são as perspectivas e os entraves de como lutar para que as pautas da educação passem a ser prioridades. Abicalil apontou os desafios na elaboração do PNE: com a garantia e ampliação do financiamento público, a efetivação da gestão democrática, o fortalecimento dos sindicatos e a conquista de novos direitos”, disse.
Além de reunir o coletivo para dialogar sobre a concepção de temas educacionais, o encontro prepara os dirigentes da base da CNTE por meio do debate para defender o PNE no que for de interesse da Confederação para a garantia da democratização da educação pública e gratuita e o fortalecimento dos sindicatos junto às suas bases.
Em sua saudação na abertura do evento, a secretária de Assuntos Educacionais da CNTE, Guelda Andrade, falou sobre a importância de discutir temas tão importantes para a categoria. Ela considera que, atualmente, as escolas vivem um momento de desumanização.
Por isso, Guelda lembrou Paulo Freire para que os/as trabalhadores tragam de volta esse sentimento de humanização às escolas. “É isso que nós precisamos fazer, devolver para nossa organização curricular essa sensibilidade, esse ser humano constituído de sentimento, de dor, de alegria, de inconformidade. Nós precisamos lutar para garantir direitos para a sociedade: a educação é um direito que garante outros direitos.”
Para a secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, é fundamental viver o novo momento em que as portas estão abertas no sentido de disputar a política educacional do país. “Nós passamos quatro anos que nem na porta do Ministério da Educação (MEC) nós chegamos. Hoje, com toda essa reviravolta que construímos, voltamos e subimos a rampa”, disse.
Ela também destacou que além do desafio político, é preciso se preparar tecnicamente para participar de todos os espaços e representar bem a categoria da educação.
O presidente da CNTE, Heleno Araújo, reforçou que a categoria tem muitas lutas pela frente e que não é possível perder mais um minuto desse processo. Ele destacou que houve avanços, nos últimos anos, na pauta em prol das mulheres e na luta educacional, mas que muitos processos precisam evoluir.
Segundo Heleno, o tempo é curto para tentar retomar e ganhar a opinião pública na sua maioria, na perspectiva do que a CNTE defende como direitos da educação. “Toda a nossa dedicação e o nosso esforço são fundamentais e importantes, mas precisam crescer mais ainda.”
Em outro ponto, o presidente destacou que é preciso ter comprometimento e participação efetiva de todos para entender qual caminho vai fortalecer a ação coletiva da classe.”Devemos ajudar a colocar em prática as grandes conquistas que tivemos nas legislações”, afirmou.
Cenário político
A primeira mesa de debates foi coordenada pela vice-presidente da CNTE, Marlei Fernandes, e contou com a participação do ex-presidente da Confederação e assessor da senadora Teresa Leitão (PT-PE), Carlos Abicalil.
Para Marlei, é uma satisfação estar junto de todos/as os trabalhadores para fazer uma ação intensa em torno dos desafios da política educacional no Brasil. “Precisamos trabalhar coletivamente, mesmo em meio às diferenças que temos nos estados, com governos que inventam coisas fora da curva e da legislação. Assim, temos tarefas e trabalhos dobrados.”
Em sua apresentação Abicalil destacou que o Brasil vive um dos momentos mais importantes da sua história moderna, já que o país começou a retomada da democracia e da normalidade institucional. “Essa á uma vitória que precisa ser consolidada diuturnamente no enfrentamento ao ódio, à violência, ao preconceito, à discriminação, ao armamentismo, ao golpismo e ao nazifacismo”, disse.