Na manhã do dia de hoje (05/04), quatro crianças com idade entre 4 e7 anos foram vítimas de mais uma atrocidade que constrange e estarrece a todos/as nós! Em uma sociedade minimamente saudável não deveríamos nunca permitir existir tal tipo de violência: um homem invade uma creche e mata quatro crianças, deixando ainda outras cinco feridas gravemente.
No último dia 27 de março, o Brasil foi expectador da morte da professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, assassinada por um adolescente. As crianças mortas hoje foram vitimadas por um jovem de 25 anos. Esses casos mostram como esses crimes são oriundos, sobretudo, de uma cultura de armas fortemente forjada nos últimos anos no país. É fundamental que o conjunto da sociedade, capitaneada pelos poderes públicos de todas as esferas, enfrente com políticas públicas transversais e estruturadas esse atual momento do terror armamentista a que fomos submetidos enquanto país.
Urge redobrarmos nossa atenção quanto a esses fenômenos que nos colocam em uma verdadeira indigência moral, social e política. Várias ameaças desse tipo seguem sendo feitas em locais que deveriam, por excelência, serem lugares de amor e cuidado. A repercussão dada pela grande imprensa termina por não contribuir com a mitigação desses acontecimentos, especialmente quando tomada por um viés sensacionalista. A espetacularização desses casos não contribui com a sua urgente solução, sendo imperiosa a necessidade de imposição de padrões éticos mínimos no trato e repercussão noticiosa desse tipo de violência.
A solução para o fim desse estado de coisas que temos visto inúmeras vezes se repetir nos espaços escolares exige uma mobilização nacional que consolide em nossas redes de ensino, por todo o Brasil, de programas de mitigação da ocorrência desses casos. A cultura de paz e a elaboração de protocolos de enfrentamento à violência escolar devem suscitar esforços nacionais, regionais e locais para que, pensados e construídos também pela própria comunidade escolar, e com o apoio de estudiosos de todos os campos de conhecimento, possamos contribuir com o fim desse cenário de violência.
Esperamos que esse seja o último e derradeiro caso de atrocidades dessa natureza! Toda solidariedade e apoio aos familiares dessas crianças. Nesse dia de hoje, os/as educadores/as brasileiros/as foram também, e novamente, atacados em suas almas.
Brasília, 05 de abril de 2023
Direção Executiva da CNTE