Por Joyce Lacerda
Uma educação que seja capaz de libertar e possibilite a transformação social. Foi este o discurso que marcou a abertura da 15° Conferência Estadual de Educação do Sintepe, nesta quarta-feira (17) em Gravatá. O encontro que reuniu profissionais, autoridades e lideranças sindicais, seguirá por quatro dias, até o sábado (20), com um extenso debate sobre as bases para reconstruir a educação pública em Pernambuco e no Brasil.
A presidenta do Sintepe, Ivete Caetano, iniciou a abertura da Conferência chamando atenção para os ataques à educação promovidos pelo Governo Federal por meio da implantação do “Novo Ensino Médio”, além do sucateamento das universidades públicas e de programas educacionais como ProUni e FIES. ”Queremos uma educação para a transformação social, a emancipação e a liberdade. Novas políticas públicas que resgatem nossos direitos”, ressaltou.
Ivete Caetano prosseguiu em sua fala fazendo um apelo para que a educação seja a prioridade do país. ”A educação deve ser o norte de todas as políticas públicas, de todos os governos”. Como alternativa para a problemática, pontuou a importância da união entre os trabalhadores para promover uma nova realidade ”Com a nossa coragem que vamos mudar esse cenário de destruição que estamos vendo aqui no Brasil vamos sim reconstruir este país”.
Já o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, reforçou a importância do enfrentamento aos ataques do atual governo à educação. ”Temos que trabalhar em perspectiva para atender às necessidades da população. Os profissionais da educação têm um papel fundamental nesta luta. Nossa tarefa é colocar em prática os ensinamentos do grande pernambucano Paulo Freire”, afirmou.
Durante a mesa de abertura, as conquistas dos movimentos em defesa da educação foram relembradas. Representando o Fórum Popular de Educação, o coordenador Heleno Araújo pontuou vitórias como o cumprimento da lei do Piso Salarial em boa parte do país desde 2008 e a necessidade de ir além para possibilitar mais avanços. ”Temos um plano de educação que não sai do papel e a possibilidade de reconstrução começa com um voto consciente”, disse.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também participou da mesa de abertura defendendo investimentos na educação pública. ”Se é possível ter países com escolas públicas de qualidade, também é possível fazer no Brasil. É preciso fortalecer a educação pública para que as crianças tenham direito a um ensino de qualidade”, ressaltou o presidente Paulo Rocha.
Representando o Movimento Estudantil, a diretora da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Adriele Andrade, reafirmou o apoio da classe na luta pelo acesso à educação de qualidade. ”A gente quer uma educação feita para todos. Os estudantes são táticos e colaborativos para fazer a diferença junto com os trabalhadores em educação”, reforçou.
O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) também marcou presença no primeiro dia da Conferência e criticou os retrocessos sofridos pela educação desde 2016 e reafirmou o compromisso em revogar a PEC de Teto dos Gastos. ”Educação e saúde não são gastos, mas sim investimentos. Estamos na luta por isso”, frisou o parlamentar.
Representando o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Raphaela Carvalho destacou a necessidade de um Congresso Nacional com mais diversidade, ”Se tem uma categoria que conhece a realidade desse país são os professores. Temos condições de apresentar um plano de alternativa desse país. Precisamos defender um congresso com a cara do povo brasileiro”, acrescentou.
Para encerrar a mesa, Séphora Freitas subiu ao palco para representar o Fórum dos Sindicatos de Educação do Estado. A professora pontuou a união de todos os trabalhadores da classe para defender os caminhos da democracia nas urnas. ”Estamos vivendo uma tempestade. Estamos aqui para construir juntos e fazer a tempestade passar. Precisamos de força e energia para vencer o mal”, finalizou.
O evento também exibiu um mini documentário do artista J. Borges, responsável pela criação da identidade visual que estampou todos os materiais da Conferência. O mestre da xilogravura e do cordel confeccionou uma matriz exclusiva para o Sintepe, além de criar um cordel especial distribuído entre todos os participantes do evento.
Após a exibição do filme, o grupo Benza Deusa animou os participantes da conferência com muita poesida e canto. Ao som de canções autorais e outras já conhecidas, o grupo fez uma apresentação cultural unindo ritmos brasileiros brasileiros como samba, afoxé, coco e ijexá. Nesta formação, o grupo de instrumentistas, cantoras e compositoras levam um pouco da cultura brasileira com sutileza e muita energia.
A programação completa da 15ª Conferência de Educação você acompanha através das nossas redes sociais!
