Sindicato dos Trabalhadores e das trabalhadoras em Educação de Pernambuco

Entenda mais sobre Burnout, a doença reconhecida como fenômeno ocupacional pela OMS

A OMS (Organização Mundial de Saúde) reconheceu a Síndrome de Burnout como uma doença relacionada ao trabalho. O problema está associado a características como exaustão, sentimentos de negativismo e sensação de falta de realização. Este cenário é vivenciado por muitos trabalhadores e trabalhadoras da educação ao serem expostos a anos de desvalorização profissional e ambientes tóxicos de trabalho.

A condição foi oficializada pelo órgão neste mês de janeiro, e entra para lista de diagnósticos ocupacionais com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). A OMS destaca que o problema é “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”. Ou seja, a Síndrome de Burnout possui relação direta e única com o trabalho, não sendo diagnosticada em outros contextos de vida das pessoas.

De acordo com uma Pesquisa do Programa de Pós-graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) a Síndrome de Burnout afeta principalmente professores e profissionais da enfermagem.

A pesquisa aponta também que o número de casos de professores doentes pode ter aumentado com a pandemia, devido ao teletrabalho e utilização intensa de tecnologias como computadores, smartphones e aplicativos como WhatsApp, Telegram, Zoom e Teams. Ainda segundo o levantamento, sintomas como cefaleia, dores nos ombros ou nuca, sensação de não querer começar nada novo e dificuldades sexuais foram identificados nos professores e professoras.

A pesquisa foi realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração e Informática em Saúde (Gepaie) da UFPB, em duas instituições privadas e em uma pública, localizadas no município de João Pessoa.

No Brasil, o Ministério da Saúde reconhece a Síndrome de Burnout como uma doença do trabalho desde 1999.

Os sintomas iniciais mais comuns são:

Negatividade constante
Estresse diário
Cansaço físico e mental em excesso
Dificuldade para concentrar-se em tarefas diárias
Grande insatisfação sobre a atividade profissional
Alterações de humor e memória
Falta de energia para manter hábitos saudáveis

Além destes sintomas, em níveis mais extremos o trabalhador e/ou trabalhadora podem vir a desenvolver problemas físicos devido aos níveis elevados de estresse. Há também casos de profissionais que desenvolvem gastrite, problemas intestinais e queda de cabelo. Também há histórico de crises de ansiedade e pânico ao ter que lidar com qualquer tarefa relacionada ao trabalho.

É muito importante que os/as profissionais da educação busquem ajuda médica com psiquiatra e psicólogo. Após o diagnóstico da Síndrome de Burnout, o médico avalia se o funcionário precisa ou não ser afastado de suas funções. O afastamento de até 15 dias deve ser custeado pela empresa onde o empregado trabalha. Após esse tempo, o trabalhador/a da educação será submetido/a a uma perícia do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), confirmando o diagnóstico, a empresa irá arcar com os custos do afastamento durante mais tempo.

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